Por Cleber Dioni Tenterdini.
A arquiteta e urbanista Adriana Sabadi, 26 anos, dedicou seu trabalho de conclusão de curso na UFRGS a um tema que desde adolescente lhe causa estranheza ao circular pelas ruas centrais de Porto Alegre: as dezenas de prédios vazios, alguns deles abandonados.
Em sua pesquisa, identificou 49 edifícios ociosos, no centro histórico da capital.
Selecionou 30 em áreas com menos habitação e elaborou uma proposta de política habitacional para 16 desses prédios, com potencial de criar aproximadamente 1.245 apartamentos, relativamente pequenos, entre 30 e 40 metros quadrados.
Seu trabalho “Morar no Centro, Viver na Cidade: Habitação, mistura social e funcional” foi apresentado na quarta-feira, dia 1º de agosto, no Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB RS), que recebeu um bom público.
“O centro da Capital tem que voltar a ter o uso misto, e ao revitalizar a região com moradias, aumenta a circulação de pessoas em todos os horários, dando maior sensação de segurança, inclusive nos fins de semana, quando as ruas ficam desertas”, diz a arquiteta.Adriana nasceu na Santa Casa de Misericórdia e sempre viveu no Centro, portanto, não foi difícil mapear os prédios vazios pelas quais cruzava diariamente.
Seu trabalho propõe reabilitar esses edifícios que estão subutilizados ou ociosos, através de uso misto – salas comerciais nos andares baixos e unidades destinadas a moradias nos demais. “Preferencialmente de interesse social, em que as pessoas iriam pagar um aluguel social, conforme sua renda”, afirma Adriana, que também presta trabalho voluntário na equipe de Desenvolvimento de Habitat na ONG Teto Brasil, São Paulo.