Por Willian Conceição(*)
Tomado de Agecon – Itegrante da Rede Popular de Comunicação Catarinense – RPCC
Que Oxála tenha “pena”, destas velhas mãos calejadas pelo tempo, que enfrentam as cercas da injustiça e da impunidade nos Areais da Ribanceira, aos mares de Imbituba.
Tenha pena, sim! Pois já que os governos que nos cabem respondem pela concentração de terras, geradora da miséria que constitui a realidade infame, que podemos constatar nos campos e nas cidades.
Lá vem a polícia! Grita simples senhora. Armas, cavalos e escavadeiras é o que enfrentam em busca de áreas a reproduzir suas tradições alimentares. Talvez habito arcaico que já não cabe as sociedades modernas, dizem, onde na vastidão dos campos não se vê mais homens e sim maquinas – a trabalhar.
Hoje as cercas do latifúndio e a impunidade de políticas públicas que as enfrente-as excluem cerca de cinco milhões de famílias de trabalhadores rurais de viverem dignamente de um patrimônio da humanidade, cercado e a beneficio de poucos.
Em Santa Catarina não é diferente, o avanço da monocultura do pinus, do eucalipto, assim como as transnacionais formam bolsões de pobreza nas áreas rurais e fortalecem o êxodo rural.
A realidade sentida nos Areais da Ribanceira em Imbituba onde trabalhadores tradicionais que ocupam a região à décadas e reivindicam sua posse desde os anos 70, passam por ação de despejo pela “polícia militarizada do tempo”, dos governos e dos poderes econômicos – reforça a impunidade do desgoverno social que temos.
Que Oxála prá além da pena, carregue essa gente sofrida de garra, lutas e vitórias.
Willian Conceição é acadêmico de História da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, militante e pesquisador de relações inter-étnicas.
Charge: Gilmar, tomada de imbitubaurgente.blogspot.com