Argentina: Taxa real de pobreza é estimada em 73%

Pesquisadores do Centro Estratégico Latino-Americano de Geopolítica (CELAG) estimaram o número real da taxa de pobreza na Argentina em 73,7 %, ao analisar os dados fornecidos pela Pesquisa Permanente de Domicílios para o primeiro trimestre de 2024.

Segundo Mariana Dondo e Alfredo Serrano Mancilla, investigadores do CELAG, “quase poderíamos dizer que a renda média é muito pouco representativa da realidade social”, razão pela qual apelam a que “com uma distribuição tão desigual seja muito mais rigoroso analisar o valor da renda intermédia do que da média.

Eles justificam sua decisão com base no fato de que “quase não existem domicílios argentinos com renda próxima da média (…) Há 68% abaixo desse ‘valor médio’ e 32 por cento maior.

Segundo os pesquisadores, “o mais pertinente então seria prestar atenção ao valor da renda intermédia: 50% dos domicílios argentinos têm uma renda per capita mensal inferior a R$ 1.150,00”.

A ideia do estudo é conclusiva: «esta metade do país é pobre. Esta metade e um pouco mais: a pobreza na Argentina atinge 55% da sociedade.

Propõem também que é politicamente essencial saber quantas famílias estão imediatamente acima desse limiar; “com alguns pesos a mais, mas não muito mais, porque essas famílias são ‘quase pobres’: estão no limite, são vulneráveis ??e de forma alguma são de classe média”.

Nesse sentido, mostram que há “18,3% de famílias ‘quase pobres’ que têm renda na faixa de 1 a 1,5 CBT (Cesta Básica Total)”.

Segundo os pesquisadores, “a soma de um e de outro, os ‘pobres’ mais os ‘quase pobres’. Em outras palavras: 73,3% [significa] que três quartos da sociedade argentina “vivem mal”, mas ainda estamos falando de um país de classe média.

Concluem que “se não assumirmos este diagnóstico, ou seja, que a Argentina vive hoje maioritariamente em condições de pobreza, continuaremos a insistir no erro de propor um projeto político, social e económico sem âncora na realidade”.

A chegada ao poder de Javier Milei significou o agravamento das condições de vida da população argentina, segundo estes dados.

Tradução: TFG, para Desacato.info.

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