Argentina: O Lava Gato*

macri-gato

Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.

Tradução: Elissandro dos Santos Santana, para Desacato.

(Português/Español).

Na Argentina, dentro das prisões, se chama “gato” aquele indivíduo que baseia o poder em ser o mensageiro do criminoso mais importante do pavilhão. O gato é quem escraviza mediante a violência de outros internos em nome do chefão.

Pelo fato de que Mauricio Macri governava para uma elite, a criatividade popular começou a nomeá-lo de gato.

Nos últimos dias os argentinos se inteiraram de que Mauricio Macri segue usando o Estado para enriquecer, tal como ele e a família vêm fazendo  há mais de 40 anos.

Esta vez utilizou o correio argentino, Correo Argentino S. A., uma empresa comandada pela Sideco (que pertence ao Grupo Macri, através das Sociedades Macri – Socma). Em 1997, e com manobras pouco claras e jamais investigadas pela justiça, Franco Macri, pai do atual presidente, ganhou a concessão para assumir a empresa Encotel – Empresa Nacional de Correios e Telégrafos – a que foi dada a ele por decreto do então presidente Carlos Menem.

Os Macri colocaram à frente dela a Jorge Irigoin, quem em pouco menos de 3 anos levou o gigante do Correio à falência e passou a gerente de outra empresa privada de Correios.

Demitiu 11.000 trabalhadores, vendeu alguns imóveis e usou as filiais para impor à empresa de Mauricio Macri – Pago Fácil – uma empresa de cobrança de serviços. O Correio Argentino, a pesar de haver efetivado todo esse desmantelamento, em 2001 apresentou falência.

O esvaziamento óbvio e a má fé dos Macri fizeram com que Néstor Kirchner no ano 2003 lhe tirasse a concessão. À sua vez, a família do atual presidente processou o Estado Nacional por tê-la afastado.

Ao assumir como presidente em 2015, Mauricio Macri voltou a nomear para a direção do Correio Argentino, agora estatal, o esvaziador Jorge Irigoin, quem em nome do Estado acaba de concordar que a dívida que o Correo Argentino possui com o Estado deve ser paga com desconto de 98,8%.  O 1,2% restante, será pago em parcelas que vencerão no ano 2033.

A soma total da dívida, atualizada até o momento, é de 70.000 milhões de pesos, equivalente a 7 anos do orçamento nacional para a Ciência e Tecnologia.

Porém, além disso, não exigiu à SIDECO renunciar às sentenças contra o Estado Nacional por lhe tirar a concessão do Correio; nem o que começou apenas um mês antes de assinar este acordo porque segundo os Macri, o Estado não lhes permitiu aplicar a flexibilização trabalhista que pretendiam para evitar a falência.  Tão ultrajante é a Argentina de hoje.

Este escândalo é prolixicamente abafado pela imprensa hegemônica e por seus seguidores.

No entanto, tem implicações judiciais impensadas: uma manobra do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Corporação Financeira Internacional colocou a lupa dos investigadores sobre Macri.  Ambas as entidades cederam seus créditos (uns 400 milhões de pesos, 9% do total da dívida hoje) ao Meinl Bank AG, quem aceitou a ruinosa oferta realizada pelo Correio Argentino.

Por que o Meinl Bank AG aceitaria um corte de 98,8 % da dívida e cobrar menos de 8 milhões de pesos quando deveriam exigir o pagamento de 400 milhões?

Odebrecht é dona de 51% do Meinl Bank Antigua, uma subsidiária do credor.

Os investigadores da Lava Jato possuem evidência de que a Sideco obteve empréstimos concedidos pelo Meinl Bank contra a garantia de ações. A justiça brasileira auditou as demonstrações financeiras da Sideco em 2015 e determinou que o banco obtinha garantia de 60% de Socma  SA (Sociedades Macri) e 40% de Inversid SA, os dois sócios majoritários da Sideco.

Segundo consta na Comissão Nacional de Valores na Argentina, Inversid SA também pertence à Socma 90% e isso quer dizer que Odebrecht é sócia de Macri.

Evidencia-se uma série de manobras com ações para dissimular o destino dos fundos, empréstimos, créditos e a hipótese da investigação é que se trata de manobras da lavagem de dinheiro para comprar créditos, neste caso, do Correio Argentino.

Em 2014, o Meinl Bank Antigua deu início aos empréstimos para Sideco (do Grupo Socma).

Em 2015, Odebrecht, dona de 51% do Meinl Bank Antigua, contribuiu com 500.000 pesos para a campanha eleitoral de Mauricio Macri.

Odebrecht na Argentina é sócia de uma importante obra de infraestructura ferroviária, de Ángelo Calcaterra, o primo pobre de Mauricio Macri.

O lema da campanha de Mauricio Macri era: “Em tudo está você”.

O escândalo gerado no Brasil pela Odebrecht e seus crimes se conhece como Lava-Jato.

Na Argentina, esta investigação, que recém começa, foi batizada como “Lava- Gato” porque, em toda lavagem de dinheiro vinculada à Odebrecht, está Mauricio Macri.


El Lava Gato*

En Argentina, dentro de las cárceles, se le llama “gato”, a aquel individuo que asienta su poder en ser el mandadero del delincuente más importante del pabellón. El gato es quien esclaviza mediante violencia  a otros internos en nombre del poderoso.

Por ese motivo, a Mauricio Macri, a poco tiempo de comenzar su mandato y viendo que gobernaba para una elite, el ingenio popular comenzó a llamarlo gato.

En los últimos días los argentinos nos enteramos de que Mauricio Macri sigue usando al Estado nacional para enriquecerse, tal como vienen haciendo él y su familia desde hace más de 40 años.

Esta vez, usó Correo Argentino Sociedad Anónima, una empresa gerenciada por Sideco (que pertenece al Grupo Macri, a través de Sociedades Macri -Socma). En 1997 y con maniobras poco claras y jamás investigadas por la justicia, Franco Macri, padre del actual presidente, ganó la concesión para hacerse cargo de la empresa Encotel – Empresa Nacional de Correos y Telégrafos; la que le fue entregada por decreto del entonces presidente Carlos Menem.

Los Macri pusieron al frente de la misma a Jorge Irigoin quien, en poco menos de 3 años, llevó al gigante del Correo a la quiebra y se fue a servir como gerente de otra empresa de correos privada.

Había despedido a 11.000 trabajadores, vendió inmuebles, y usó las filiales para imponer la empresa de Mauricio Macri: Pago Fácil , una empresa de cobro de servicios . El Correo Argentino, a pesar de haber efectivizado todo ese desguace, en 2001, presentó quiebra.

El vaciamiento evidente y la mala fe de los Macri hicieron que Néstor Kirchner en el año 2003 le quitara la concesión. Y a su vez, la familia del actual presidente demandó al Estado nacional por habérsela quitado.

Al asumir como presidente en 2015, Mauricio Macri volvió a nombrar al frente del Correo Argentino, ahora estatal, al vaciador Jorge Irigoin, quien en nombre del Estado acaba de acordar que la deuda que Correo Argentino SA mantiene con el Estado, se pague con una quita del 98,8 % . El 1,2% restante se pagará en cuotas que vencerán en el año 2033.

La suma total de la deuda, actualizada a esa fecha, será de 70.000 millones de pesos, es el equivalente a 7 años del presupuesto nacional para Ciencia y Tecnología.

Pero además, no se le exigió a Sideco renunciar a los juicios que lleva contra el Estado nacional por haberle quitado la concesión del Correo; ni el que iniciaron justo un mes antes de firmar este acuerdo porque según los Macri, el Estado no les permitió aplicar la flexibilización laboral que pretendían con la finalidad de evitar la quiebra. Así de desopilante es la Argentina de hoy.

Este escándalo es prolijamente silenciado por la prensa hegemónica y por sus acólitos.

Sin embargo, tiene implicancias judiciales impensadas: una maniobra del Banco Interamericano de Desarrollo (BID) y de la Corporación Financiera Internacional puso la lupa de los investigadores sobre Macri. Ambas entidades cedieron sus créditos (unos 400 millones de pesos, un 9% del total de la deuda al día de hoy) al Meinl Bank AG, quien aceptó la ruinosa oferta realizada por el Correo Argentino.

¿Por qué el Meinl Bank AG aceptaría una quita del 98,8 % de la deuda y cobrar menos de 8 millones de pesos cuando deberían exigir el pago de 400 millones?

Odebrecht es dueña del 51% del Meinl Bank Antigua, una filial del acreedor.

 Los investigadores del Lava Jato tienen evidencia de que Sideco obtuvo préstamos otorgados por Meinl Bank contra garantía de acciones. La justicia brasileña auditó los estados contables de Sideco en 2015 y determinó que el banco tiene una garantía del 60% de Socma SA (Sociedades Macri) y el 40% de Inversid SA, los dos socios mayoritarios de Sideco.

Según consta en la Comisión Nacional de Valores en Argentina, Inversid SA también pertenece a Socma en un 90%; es decir que Odebrecht es socio de Macri.

Se evidencian una serie de maniobras con acciones para disimular el destino de fondos, préstamos y créditos y la hipótesis de la investigación es que se tratan de maniobras de lavado de dinero para comprar acreencias, en este caso, del Correo Argentino.

En 2014, el Meinl Bank Antigua inició los préstamos para Sideco (del Grupo Socma)

En 2015, Odebrecht , dueña del 51% del Meinl Bank Antigua, aportó 500.000 pesos para la campaña electoral de Mauricio Macri.

Odebrecht en Argentina es socio en una importante obra de infraestructura ferroviaria, de Ángelo Calcaterra, el primo pobre de Mauricio Macri.

El lema de la campaña de Mauricio Macri era : “En todo estás vos”.

El escándalo generado en Brasil por Odebrecht y sus delitos, se conoce como Lava-Jato.

En Argentina, esta investigación que recién comienza, fue bautizada como “Lava- Gato” porque en todo lavado de dinero vinculado a Odebrecht, está Mauricio Macri.

Gato: Gato é quem paga, em “lunfardo”, a gíria do Rio da Prata. http://www.taringa.net/posts/info/19639142/Por-que-le-dicen-gato-a-Macri.html

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