Quatro senadores estavam ausentes da sessão, que durou cerca de quatro horas, sem confrontos entre legisladores, como registrado na Câmara de Deputados na semana passada, quando houve troca de ofensas entre governistas e opositores.
De acordo com a proposta, a Papel Prensa SA deverá funcionar em sua capacidade máxima para fornecer papel-jornal para a maior quantidade possível de veículos e a cotas de importação serão liberadas a medida em que a empresa não possa suprir a demanda interna do insumo.
Desde a ditadura militar do país (1976-1983), a única fábrica de produção do insumo para jornais, a “Papel Prensa”, é controlada majoritariamente pelo grupo Clarín (com 49% das ações), e tem o Estado argentino e o jornal La Nación como sócios minoritários, com 27,5% e 22,5% das ações, respectivamente.
O projeto de lei prevê a criação de uma comissão dupla, com participação do governo e das empresas, que acompanhe o processo de produção, comercialização e distribuição do papel. Uma delas, a “Autoridade de Aplicação”, administrada pelo ministério de Economia argentino, deverá garantir o adequamento à nova regulamentação, permitindo igualdade de oportunidades aos veículos impressos e o acesso, “sem discriminações”, ao papel.
Pelo outro, uma “Comissão Federal Assesora”, integrada por um representante dos jornais de cada província, incluindo os da capital – com exceção dos jornais Clarín e La Nación, que possuem a maioria das ações da empresa – apoiará e fiscalizará este desempenho. Esta comissão também será integrada por representantes de “consumidores”. O projeto também estabelece que quando investimentos na empresa forem feitos em sua maioria pelo Estado, o aumento dos direitos patrimoniais da Papel Prensa implicará em uma maior participação acionária do governo na empresa.
O projeto da lei aprovada, no entanto, foi discutido em cinco audiências públicas organizadas pela Comissão de Comércio da Câmara de Deputados da Argentina no ano passado. Cerca de 120 representantes de jornais de todo o país participaram das sessões, segundo a deputada governista e organizadora das sessões, Juliana Di Tullio, com exceção de Clarín e La Nación, que não compareceram.
Fonte: Opera Mundi