Quando saíram os resultados do 1º turno da eleição presidencial na Argentina podia se escutar em muitos locais e comunidades de Buenos Aires: “Perón, Perón, que grande sos!”. porque tem coisas que só a imensa tradição cultural e política do peronismo, um fenômeno social-político de massas, consegue. Desta vez mudou os resultados das prévias eleitorais que colocaram Javier Milei como quase eleito no 1º turno, para a vitória do Ministro de Economia atual, Sérgio Massa, com uma margem ampla e inesperada.
Como explicar fora da Argentina que o ministro de economia do atual presidente Alberto Fernández, em um país afundado numa terrível crise econômica oriunda do governo de Maurício Macri e da própria ineficácia do governo presente, tenha saído vitorioso com folga no 1º turno? Bem, da mesma forma que certo dia, um governador provincial coadjuvante como Néstor Kirchner, foi levado à presidência pelo peronismo e colocou o país no que hoje, se for repetido por Massa, se transformaria numa esperança de alívio, emprego e esperança para o povo vizinho.
Somados hoje, kirchnerismo e peronismo (Néstor e Cristina Fernández de Kirchner criaram sua própria identidade política dentro do espectro peronista) e a memória popular sobre os horrores do fascismo e a ditadura, apresentam a mais forte barreira à tentativa das oligarquias, do poder judiciário e da mídia articulada por Clarín e La Nación, de se apropriar novamente do governo argentino para privatizar, desnacionalizar e destruir a soberania argentina, aumentando ainda mais a situação de exploração, miséria e caos que vive o país.
Faltam poucas semanas para o 2º turno. Sérgio Massa e o ultra-direitista e pró-imperialista Javier Milei dsiputarão a Casa Rosada. Não é um assunto que só interessa aos e às argentinas. É uma decisão que o povo tomará e que afetará para bem ou para mal toda a Pátria Grande.
Sobre essa encruzilhada histórica que vive a Argentina, o Mural da Manhã conversou com os jornalistas Felipe Bianchi e Vanessa Martina Silva que, em Comunica Sul, cobrem para o Brasil a contenda eleitoral do país irmão. Assista ou escute a entrevista completa clicando no vídeo abaixo:
