Argentina a caminho do hospital psiquiátrico

Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.

Tradução: Elissandro Santana, para Desacato.info. (Port./Esp.)

É impossível tentar entender o que acontece na Argentina de Macri sem acabar em um hospital psiquiátrico.

A mídia fala maravilhas deste regime que tem 25 presos políticos, justifica a corrupção dos governantes e celebra a paralisia do Congresso Nacional.

O Judiciário está dividido entre aqueles que de bom grau apóiam o regime e distorcem a lei até o ponto de cometer crimes para endossar a pilhagem de corporações financeiras e empresas do governo.

O governo liberou as raposas dos negócios para fazerem um banquete com os pintinhos que trabalhavam. Por exemplo: a multinacional Cargill decretou, pela segunda vez, um “lock out” (N. do T.: A empresa impede que os funcionários trabalhem) alegando que não são dadas as condições para operar com segurança. Assim, eles suspenderam todo o pessoal sem o benefício dos salários durante o mês de abril.

Os supermercados da rede francesa Carrefour pediram um procedimento preventivo de crise porque agora vendem menos do que quando Cristina Kirchner estava no governo. Macri cuida deles e permite que eles apresentem um projeto para demitir 1.000 funcionários, com a figura de “aposentadoria voluntária”. Se o sindicato não aceitar, eles serão demitidos com


50% da indenização que lhes corresponde.

O governo de Mauricio Macri diz que se preocupa com a inflação, enquanto dolarizarou as tarifas e aumentou a eletricidade, o gás e os combustíveis de uma maneira incomum. O ministro da Energia, acionista de uma companhia petrolífera anglo-holandesa, diz que as taxas continuarão subindo mesmo que muitos argentinos não possam mais pagar por elas e pequenas indústrias estejam fechando suas portas.

Ao mesmo tempo, o presidente do Banco Central, Federico Sturzenegger, culpa o presidente Macri pela inflação e o ministro da economia, Nicolás Dujovne, culpa a inflação pela seca.

Macri continua a falar em atrair investidores, enquanto todo o seu gabinete e ele próprio mantêm seu dinheiro pessoal em contas estrangeiras (o “pessoal” deve ser analisado com mais cuidado em outro momento, pois é o produto da evasão fiscal).

A oposição aposta no aumento brutal das tarifas que tornam inviável qualquer produção e vida familiar dos argentinos. Então, eles apresentaram vários projetos para tentar canalizar essa bagunça.

Enquanto a senadora Cristina Fernandez de Kirchner apresenta um projeto de tarifas para retroceder o preço para o valor de janeiro de 2017, outro grupo de legisladores, liderado pela esposa do controlador do partido de oposição do governo, mas que é colaborador do governo Macri apresentou um projeto de lei para que as taxas continuem aumentando, mas, de acordo com o aumento salarial dos trabalhadores. À primeira vista parece lógico, mas é 15% do aumento de 1500% que as taxas de eletricidade possuiam!

Supondo que eles conseguirão aprovar um desses projetos na Câmara dos Deputados, deverá ir ao Senado, onde Mauricio Macri tem seu próprio lado e uma grande parte da oposição. E se for aprovado, ainda há a possibilidade de Macri vetar a lei, ou mantê-la sem promulgação, o que torna uma carta morta. E isso, sem que o Poder Judiciário sempre disposto a favorecer as empresas de energia com liminares, tenha intervindo.

Empresas de energia, tanto em geração quanto em transporte, pertencem a amigos pessoais de Mauricio Macri: o britânico Joe Lewis; o argentino Marcelo Mindlin, operador do especulador húngaro George Soros; ou Nicolás Caputo, “irmão da vida” de Maurício Macri e primo na vida real do ministro da Fazenda, Luis Caputo, que continua aumentando a dívida externa. Então essas contas nunca irão prosperar. Servem politicamente para tornar visíveis os atores do saqueio, mas nada mais.

O Congresso da Nação tornou-se um palco onde uma oposição fictícia é dramatizada: na quarta-feira 18 eles convocaram a sessão para lidar com os projetos mencionados e não conseguiram que seus próprios deputados se sentassem nos bancos para discuti-los; a sessão caiu devido à falta de quorum.

O intelectual Mempo Giardinelli disse, há pouco, que este era um governo de psicopatas. E como se desse razão, Mauricio Macri esta semana comemorou o bombardeio da Síria, país de origem dos pais de sua esposa Juliana Awada.

A Argentina, decadente até o paroxismo, tornou-se a terra de Marx… Do hilário Groucho Marx.


Argentina camina hacia un hospital psiquiátrico

Por Débora Mabaires, Buenos Aires, para Desacato.info.

Es imposible tratar de entender lo que pasa en la  Argentina de Macri  sin terminar internado en un hospital psiquiátrico.

Las empresas de difusión masiva hablan maravillas de este régimen que tiene 25 presos políticos, justifican la corrupción de los gobernantes y celebran la parálisis del Congreso Nacional.

El Poder Judicial se divide entre los que gustosamente apoyan al régimen y retuercen la ley al punto de cometer delitos para avalar el saqueo de las corporaciones financieras y empresarias gobernantes.

El gobierno soltó a los zorros empresarios para que se hagan un banquete con los pollitos trabajadores. Por ejemplo: la multinacional Cargill decretó,  por segunda vez, un lock out alegando que no están dadas las condiciones para operar de forma segura. Así suspendieron  a todo el personal sin goce de haberes durante el mes de abril.

Los supermercados de la cadena francesa Carrefour solicitaron un procedimiento preventivo de crisis porque ahora venden menos que cuando estaba Cristina  Kirchner en el gobierno. Macri los apaña, y les permite presentar un proyecto para despedir 1000 empleados, con la figura de “retiro voluntario”. Si el sindicato no acepta, serán despedidos con el 50% de la indemnización que les correspondiera.

El gobierno de Mauricio Macri dice preocuparse por la inflación, al tiempo que dolarizó las tarifas y aumentan luz, gas y combustibles de manera inusitada. El ministro de Energía, accionista de una petrolera británico-holandesa, dice que las tarifas van a seguir subiendo a pesar de que muchos argentinos ya no pueden pagarlas y las pequeñas industrias están cerrando sus puertas.

A la vez, el presidente del Banco Central, Federico Sturzenegger, le echa la culpa de la inflación al Presidente Macri y el ministro de Economía, Nicolás Dujovne,  le echa la culpa de la inflación a la sequía.

Macri sigue hablando de atraer inversores, mientras todo su gabinete y él mismo, mantienen en cuentas en el extranjero  su dinero personal  (lo de “personal” debería ser analizado más cuidadosamente en otro momento ya que es producto de la evasión fiscal).

La oposición puso el foco en el brutal incremento de tarifas que tornan inviable cualquier producción y la vida familiar de los argentinos. Entonces, presentaron varios proyectos de ley para intentar encauzar este lío.

Mientras la senadora Cristina Fernández de Kirchner presenta un proyecto para que las tarifas retrotraigan su precio a enero de 2017, otro grupo de legisladores, encabezados por la esposa del interventor del partido opositor al gobierno, pero que es colaborador del gobierno de Macri, presentó un proyecto para que las tarifas sigan aumentando, pero de acuerdo al incremento salarial de los trabajadores. A simple vista parece lógico, pero es el 15% sobre el 1500% de aumento que tuvieron las tarifas de luz!!

Suponiendo que lograran aprobar alguno de estos proyectos en la Cámara de Diputados, debería pasar a la de Senadores, donde Mauricio Macri tiene de su lado a los propios y a gran parte de los opositores. Y si se lograra aprobar, todavía queda la posibilidad de que Macri vete la ley, o la mantenga sin promulgar, lo que la convierte en letra muerta.  Y eso, sin que el Poder Judicial siempre dispuesto a favorecer a las empresas de energía con medidas cautelares, haya intervenido.

Las empresas de energía, tanto en la generación como en el transporte, les pertenecen a amigos personales de Mauricio Macri: el británico Joe Lewis; el argentino Marcelo Mindlin, operador del húngaro especulador George Soros ; o a Nicolás Caputo, “hermano de la vida” de Mauricio Macri y primo en la vida real del Ministro de Finanzas, Luis Caputo que sigue tomando deuda externa. Por lo que estos proyectos de ley nunca prosperarán. Sirven  políticamente para visibilizar a los actores del saqueo, pero nada más.

El Congreso de la Nación se convirtió en un escenario donde se teatraliza una oposición ficticia: el miércoles 18 convocaron a la sesión para tratar los proyectos mencionados, y no lograron conseguir sentar en las bancas a sus propios diputados para discutirlo, cayéndose la sesión por falta de quorum.

El intelectual Mempo Giardinelli dijo hace un tiempo que este era un gobierno de psicópatas. Y  como dándole la razón, Mauricio Macri esta semana festejó el bombardeo a Siria, país de origen de los padres de su esposa Juliana Awada.

Argentina, decadente hasta el paroxismo, se convirtió en la tierra de Marx… Del hilarante  Groucho Marx.

Revisión: Tali Feld Gleiser, para Desacato.info.

Debora MabairesDébora Mabaires é cronista e mora em Buenos Aires.

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