Os prisioneiros executados – 73 sauditas, sete iemenitas e um sírio – foram acusados de pertencer a vários grupos “terroristas”, incluindo a organização jihadista grupo Estado Islâmico e os rebeldes Houthi no Iêmen, acrescentou a agência SPA.
Segundo a agência, eles tentaram realizar vários ataques no reino muçulmano, inclusive contra locais de culto, edifícios governamentais, assim como “instalações vitais para a economia do país”. Eles também são acusados de tentar matar agentes da lei e contrabando de armas.
De acordo com a SPA, cada um dos culpados foi “condenado pelos tribunais sauditas em julgamentos supervisionados por 13 juízes”.
A Arábia Saudita tem uma das maiores taxas de execução do mundo, com 69 sentenças de morte em 2021, de acordo com uma contagem da agência AFP baseada em declarações oficiais. A monarquia absoluta se constitui a partir da Sharia, a lei islâmica, desde 1992.
“Uma postura rígida”
“O reino continuará a tomar uma posição rigorosa e inabalável contra o terrorismo e ideologias extremistas que ameaçam a estabilidade do mundo inteiro”, informou ainda a agência SPA. As execuções na Arábia Saudita são geralmente realizadas por decapitação.
Durante vários anos, o reino foi alvo de uma série de ataques mortais perpetrados pelo grupo EI, e é também o alvo de ataques dos Houthis do Iêmen vizinho, dilacerado pela guerra. Riad tem apoiado o governo iemenita contra os Houthis desde 2015.Homicídio, estupro, assalto à mão armada, feitiçaria, adultério, sodomia, homossexualidade e apostasia são puníveis com a morte no reino ultra-conservador.
Em 2020, a Arábia Saudita anunciou o fim da pena de morte para os condenados por crimes cometidos quando tinham menos de 18 anos. As execuções anunciadas neste sábado acontecem um dia após a libertação do blogueiro e ativista dos direitos humanos Raif Badawi, que foi condenado a dez anos de prisão por defender o fim da influência da religião na vida pública na Arábia Saudita.
O ex-Repórteres Sem Fronteiras, de 38 anos, vencedor do prêmio de liberdade de imprensa, está agora cumprindo sua sentença, mas está proibido de sair da Arábia Saudita pelos próximos dez anos.