Aquidasplanta, a banda jamaicana de Florianópolis

Aquidasplanta

Plantando a semente na ilha de Florianópolis, a banda de sucesso, Aquidasplanta, deixa sua mensagem de consciência  aos amantes da música jamaicana. A essência da cultura Jamaicana está enraizada no Brasil desde sua colonização e até hoje continua lutando pelo seu espaço, reivindicando seus direitos e principalmente exigindo respeito às suas crenças e valores.  A mensagem de união, amor e paz encantam os ouvidos de quem admira uma boa música e fica inevitável dançar ao som contagiante da banda.

Por Madalena Giostri, para Desacato.info.

Como e quando surgiu a banda?

A banda surgiu no ano 2001 em Florianópolis quando Alessandro Venturelli começou a tocar bateria junto com mais quatro amigos. Em 2006, eu entrei como baterista e o Alessandro assumiu os vocais porém outros ventos fizeram Alê mudar da ilha e em 2012 passamos a ser uma banda instrumental. AquidasPlanta é, antes de mais nada, uma família que compartilha o amor pela música jamaicana.

Quem toca na Aquidasplanta hoje?

Hoje a banda é Ricardo Juliani na bateria, Arthur Miranda no baixo, Tim Kaway e Marcio Martinez na guitarra, Guga Prado no teclado, Eduardo Palhoça no trombone e Vito Lorenzoni no Saxofone.

A maioria do repertório de vocês é instrumental. Como é a produção de um show nesse formato?

O show é repleto de “pedradas” selecionadas direto da Jamaica fazendo o publico dançar com seu ritmo envolvente. Contamos também com parcerias de grandes artistas da cena musical em Florianópolis como os vocalistas Renata Corrêa e Gustavo Barreto e alguns instrumentistas como Fidel Piñero e Lucas Martinez. Sempre realizamos uma homenagem à algum artista jamaicano(a) de peso, e geralmente é aí que as participações entram.

Existe produção autoral? Gravaram algum álbum?

Algumas músicas foram gravadas no Rio de Janeiro em 2002, na primeira fase do grupo, como Maluco é o presidente, Fim e o começo, Sobrevivência e O Encontro. Em 2008 gravamos um mixtape independente com oito musicas gravadas por Alessandro Venturelli e o vendíamos nos shows para arrecadar dinheiro para os gastos da banda. Atualmente temos um projeto com a formação atual de gravar um EP ainda este ano e, também, um show ao vivo no intuito de registrar a alta vibração do publico.

Vocês valorizam alguns músicos como Ernest Ranglin, Tommy McCook, Rico Rodriguez e a banda, também jamaicana, The Skatalites. Qual a importância dessas lendas para vocês?

Esses nomes são lendas “esquecidas” da música jamaicana, foram músicos que gravavam e compunham com grandes cantores e grupos vocais que fizeram sucesso das décadas de 60 e 70 na Jamaica, como os famosos Bob Marley and The Wailers, Dennis Brown, The Heptones, Jimmy Cliff, Jacob Miller, entre outros. São essas lendas que estavam por trás dos grandes nomes da Jamaica, e que não foram e não são muito valorizados, mas foram as pessoas que ajudaram a criar os primeiros ritmos genuinamente jamaicanos como o Ska e o Rocksteady, este que posteriormente deu origem ao Reggae que ganhou o mundo todo por esses grandes nomes de sucesso.

Conte um pouco da consciência que essa música jamaicana traz.

A música jamaicana vem dos guetos desde a década de 50. É a voz de um povo oprimido e explorado por longos anos de escravidão. A mistura musical africana, caribenha e americana fez surgir alguns ritmos extremamente dançantes na ilha. Nas periferias de Kingston a evolução do Ska ao Reggae, passando pelo Rocksteady fez não só a Jamaica, mais o mundo todo balançar. Com fortes temáticas de protesto social e igualdade de direitos, elas também expressam o amor e os sentimentos do povo jamaicano. É justamente isso que a banda procura passar nos seus shows, um protesto social em forma de alegria para todos nós.

Existe incentivo da mídia e gravadoras para a música jamaicana? A cena independente pode ser uma alternativa?

O cenário da música jamaicana nacional, especialmente em Floripa, carece de incentivo tanto privado quanto do governo. Não há espaço nas leis de incentivo ou programas culturais do estado ou município. O que realizamos é justamente investir na cena independente produzindo nossos shows em parcerias com as casas da cidade e agregando os convidados. É importante ressaltar que não estamos nessa sozinhos, outros grupos somam esforços para movimentar e divulgar a cena independente como Coletivo Geografya, Angatú, Jah Música, Studio Fides, Estúdio Expedição entre outros.Também estamos com planos de iniciar uma campanha de financiamento coletivo para custear nosso novo EP.

Deixe uma mensagem para as pessoas que acompanham o trabalho de vocês.

Queremos deixar um agradecimento especial ao público da banda que é quem faz acontecer essa celebração. Fazer as pessoas dançarem é nossa maior inspiração depois da música.

Sinta essa energia…

Here we are face to face and greeting on and all
Here we stand freedom sound a echo for so long
Forget your troubles forget your worries
Come and jump and dance and make merriment
Irie vibrations groovy so groovy
Come and jump and dance and make merriment
Let’s be like one big happy family
Sharing the joy that togetherness will bring
Forget your problems forget for a moment
Come and jump and dance and make merriment
Feel the Spirit
Feel the Spirit

Freedom Sound – Skatalites.

Especial para Desacato.

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