O erro das autoridades gerou sofrimento para a família do DJ Leonardo Nascimento, de 26 anos, por uma semana. Todos esses dias a família e amigos do jovem fizeram vigília na porta da penitenciária e reuniram provas para comprovar o que o jovem disse no momento que foi preso,ser inocente. Eles chegaram a apresentar à polícia imagens de câmeras de segurança, em que o jovem aparece andando próximo ao condomínio onde mora, no momento do crime.
Leonardo foi detido e acusado injustamente pelo assassinato do jovem Matheus Lessa, durante um assalto em Barra de Guaratiba, no último dia 15. O crime ganhou repercussão nacional pois, Matheus morreu defendendo a mãe durante um assalto no mercadinho da família. Leonardo foi reconhecido por meio de fotografias pela mãe da vítima e outras três testemunhas que o apontaram como um dos bandidos, e disseram que ele estava de camisa branca. No entanto, na gravação da câmera de segurança, ele aparece de regata colorida.
Na noite da última segunda-feira o verdadeiro autor do crime foi preso. O também negro, Yuri Gladstone Guimarães. E a ‘confusão’ foi desfeita. Em entrevistas, a advogada de defesa de Leonardo, Ingrid Dantas, comentou que o reconhecimento foi feito com o jovem e outros meninos de pele mais clara, por este motivo, a família de Matheus teria apontado o DJ como autor do crime.
O pai de Leonardo, Jorge Benjamin que lutou por uma semana pra provar a inocência do filho, foi solidário com a família de Matheus Lessa: “Estou aliviado porque o erro foi corrigido. Fizemos de tudo para provar a inocência dele. Meu filho é inocente. Ele não fez parte dessa ação tão bárbara. Meu coração está em paz, sem ressentimento. Perdi meu filho por alguns dias. Já eles perderam o menino eternamente. Temos que estar solidários à família, porque não tem como repor essa perda”, disse o pai do DJ. A família de Matheus, o jovem branco assassinado, que reconheceu Leonardo como o assassino, não se manifestou em nenhum momento sobre esta ‘confusão’.
Na manhã desta quarta-feira (23), os agentes assumiram o erro e pediram à Justiça o alvará de soltura. Mesmo após o pedido de soltura, Leonardo continuou preso mais um dia por causa de um erro no alvará. Segundo a defesa, a unidade prisional informada estava errada.