Turquia e Israel alcançaram um acordo no domingo (26/06) para retomar suas relações diplomáticas, interrompidas há seis anos após o ataque israelense a uma embarcação turca que levava ajuda humanitária para Gaza.
WikiCommons/Free Gaza Movement
Embarcação tentava furar bloqueio marítimo à Faixa de Gaza para levar medicamentos quando foi atacada por Israel em 2010
O pacto sela a reconciliação entre as nações após seis anos de tensões, causadas pelo ataque israelense à “Flotilha da Liberdade”, no qual morreram dez ativistas turcos.
O texto será assinado na terça-feira (27/06) pelo subsecretário das Relações Exteriores turco, Feridun Sinirlioglu, e em seguida será submetido ao parlamento.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que o acordo possibilitará “estabilidade” ao Oriente Médio.
Segundo Yildirim, Israel fez um pedido de desculpas pelo ataque ocorrido em 2010 e confirmou que o país pagará uma quantidade total de US$ 20 milhões como compensação às famílias de vítimas do ataque.
O ponto que mais atrasou o acordo foi a exigência turca de levantar o bloqueio israelense a Gaza, que foi resolvido mediante uma flexibilização que permite à Turquia enviar ajuda humanitária e construir infraestruturas no território ocupado por Israel.
Nesta sexta-feira (01/07), uma embarcação deixará a Turquia com 10 mil toneladas de ajuda humanitária, coordenada pela “Afad”, a agência turca governamental de emergências, que desembarcará sua carga no porto israelense de Ashdod.
O governo turco também anunciou que, em breve, completará a construção de um hospital de 200 camas em Gaza e iniciará projetos de moradia pública, além da criação de uma zona industrial em Jenin, na Cisjordânia.
O primeiro-ministro da Turquia afirmou que seu país seguirá defendendo o direito dos palestinos de estabelecer um Estado próprio.
“Já falamos com as famílias; se for necessário voltaremos a falar”, disse Yildirim, em aparente referência a um comunicado da ONG turca IHH. A entidade, organizadora da frota de 2010, alega que o acordo pretende pôr fim ao julgamento em Istambul contra os altos cargos israelenses responsáveis pelo ataque.
Yildirim rejeitou que a ajuda humanitária enviada ao porto de Ashdod equivalha a “reconhecer o embargo” e diz que se trata de uma “tragédia humanitária” na qual Turquia se propõe “ajudar as pessoas, sem se importar com o que os outros dizem”.
(*) Com Agência Efe.
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Fonte: Opera Mundi.