Da Redação de Sul21.
Uma série de rebeliões vem sendo registradas em presídios pelo Estado desde a última noite. Nesta quarta-feira (21), a Amapergs, sindicato que representa os agentes penitenciários, emitiu nota pedindo que os trabalhadores “mantenham a calma e protejam suas vidas”. Já o poder Judiciário determinou que os servidores da Susepe retornem ao trabalho. “O movimento paredista liderado pela Amapergs está colocando em risco a segurança de toda a população prisional, bem como dos servidores que optarem por seguir realizando suas atividades, mostrando-se verdadeiramente ilegal”, afirma em sua decisão o desembargador Ricardo Torres Hermann.
A categoria deflagrou greve na última segunda-feira (19) em razão da votação do pacote enviado à Assembleia Legislativa pelo governo do Estado e de uma série de medidas que vêm sendo adotadas e afetam os agentes, como o parcelamento dos salários, sucateamento de estrutura de trabalho e atrasos de promoções e concursos. Na ocasião, Flávio Berneira Jr, presidente da Amapergs, explicou ao Sul21 que os únicos serviços mantidos seriam alimentação, atendimento médico de urgência e recolhimento de presos.
Na manhã desta quarta, presos do semiaberto atearam fogo em um dos alojamentos do Presídio Estadual de Getúlio Vargas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a fumaça se espalhou, causando a morte de três presos no presídio e de um no hospital, por intoxicação. Outros 13 presos precisaram ser hospitalizados. De acordo com o governo do Estado, a Susepe vai abrir uma sindicância para apurar os fatos. A Polícia Civil também já abriu um inquérito para investigar as mortes dos quatro presos.
Em nota, a Amapergs afirma que há muito os servidores penitenciários vêm trabalhando acima da sua capacidade humana e material. “Até agora, zero políticas afirmativas para os Sistema Prisional RS, muito pelo contrário, o que o governo apresenta é ataques a quem trabalha há muito pra evitar o pior!”.
Já o desembargador que determinou que os servidores retomem o trabalho afirma ser inegável a gravidade dos fatos narrados pelo Estado, mas reforça que “é público e notório que a categoria já exerce suas atividades com efetivo significativamente inferior àquele efetivamente necessário para a garantia integral da ordem dos estabelecimentos prisionais”.
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