O Ministério da Saúde comunicou à Câmara dos Deputados que o medicamento nitazoxanida, vermífugo vendido com nome comercial de Annita, não consta do rol de remédios contra o tratamento da Covid-19. A droga, que já foi anunciada pelo próprio governo como eficaz no tratamento precoce da doença, também não aparece na lista de compras e distribuição pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ministro astronauta Marcos Pontes foi grande incentivador da ideia estapafúrdia e investiu milhões num estudo que fracassou por completo.
“A Nitazoxanida não consta nas orientações deste Ministério da Saúde para o tratamento da Covid-19, e também não se encontra incluída na Relação Nacional de Medicamentos – RENAME 2020, de forma que esse medicamento não é adquirido ou financiado com recursos federais do SUS”, diz trecho do texto do ministério enviado em resposta a um pedido de informações da bancada do PSOL, de acordo com o jornal O Globo.
“Este Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF/SCTIE) e Insumos Estratégicos informa que até o momento, não tem ciência de nenhum processo para aquisição de Nitazoxanida pelo Ministério da Saúde, ou de planos para sua disponibilização na rede pública de saúde”, diz outro trecho do documento.
Em outubro, o governo federal afirmou ter comprovações que o vermífugo reduziria a carga viral nos primeiros dias em que os pacientes infectados pelo coronavírus apresentassem sintomas. O anúncio contou com a presença de Jair Bolsonaro e do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, principal promotor da ideia estapafúrdia.
“Este Departamento de Assistência Farmacêutica (DAF/SCTIE) e Insumos Estratégicos informa que até o momento, não tem ciência de nenhum processo para aquisição de Nitazoxanida pelo Ministério da Saúde, ou de planos para sua disponibilização na rede pública de saúde”, diz o texto encaminhado à Câmara.
A deputada Sâmia Bomfim, avaliou que o Ministério da Ciência e Tecnologia e o próprio Bolsonaro “demonstraram irresponsabilidade e desinformação” ao estimular o uso do medicamento. “O Ministério da Ciência e Tecnologia investiu milhões num estudo sobre a nitazoxanida, mesmo que a comunidade científica internacional já tivesse negado sua eficácia. Insistiram no estímulo ao uso, também através das redes sociais do próprio presidente da República”, disse a parlamentar.