O Brasil ultrapassou neste primeiro dia de abril, e pela primeira vez desde o início da pandemia, a média de mais de 3 mil mortes diárias por complicações da covid. O cálculo é feito em sete dias. Morreram, no período, 3.117 pessoas em média a cada dia. A curva epidemiológica de vítimas do coronavírus apresenta uma alta apenas vista apenas no Brasil. Desde o dia 9 de março o país é o epicentro da pandemia mundial, data em que ultrapassou os Estados Unidos. Hoje, morrem mais brasileiros por dia do que a soma dos 10 países seguintes mais afetados. Mais de um terço das mortes no planeta ocorrem no Brasil. Apenas nas últimas 24 horas morreram 3.769 brasileiros, número apenas superado por ontem, quando foram mais de 3.800 mortes. No país já morreram 325.284 pessoas desde o início da pandemia.
A RBA utiliza informações fornecidas pelas secretarias estaduais, por meio do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass). Eventualmente, elas podem divergir dos informados pelo consórcio da imprensa comercial. Isso em função do horário em que os dados são repassados pelos estados aos veículos. As divergências para mais ou para menos são sempre ajustadas após a atualização dos dados.
Em relação ao número de novos casos, mais um dia de elevado registro de contaminação, com 91.097 novos infectados. Desde o início do surto, ao menos 12.839.844 pessoas foram contaminadas pelo vírus no Brasil. É o segundo país mais impactado pelo vírus em números absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos. Sem contar com ampla subnotificação. Se contabilizadas as mortes em excesso por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), o Brasil teria mais de 410 mil mortes, a partir de estimativas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Pior mês
O Brasil entra em abril após registrar o mês mais mortal da pandemia. A cada cinco mortes de brasileiros por covid-19, uma foi em março. Foram 66,8 mil vítimas no mês, mais do que o dobro do registrado no até então pior mês, julho de 2020, quando morreram 32.912. Há mais de 70 dias o Brasil está com média diária de mortes acima de 2 mil.
Como resultado, além das mortes já registradas, está o colapso da saúde em todo o país. Apenas Acre, Amazonas e Roraima não estão com falta de leitos de UTI. Também são estados que encontram-se em tendência de estabilidade no contágio. Também estão estáveis, mas em patamares elevados, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Para, Roraima, Bahia e Sergipe; todos estes que passaram por março com grandes filas de pessoas sem atendimento médico.
A tendência de alta em número de novos casos permanece nos 16 demais estados; Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Amapá, Tocantins, Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte.
Devagar
Enquanto isso a vacinação segue com passos lentos. A previsão de chegada de vacinas em abril foi revista pelo Ministério da Saúde e recuou em 50% em comparação com o apresentado no último cronograma do ex-ministro Eduardo Pazuello. Foram distribuídas 34.988.426 milhões de doses de vacinas e 18.200.057 foram aplicadas. Do total, mais de 80% dos imunizantes são doses da CoronaVac, vacina rejeitada por Jair Bolsonaro e desenvolvida em parceria do Instituto Butantan e a farmacêutica chinesa Sinovac.