No domingo 5 de janeiro, o jornal “israelense” Haaretz publicou uma reportagem assinada por Amir Tibon, intitulada “Como um mandado de prisão por crimes de guerra no Brasil colocou Israel em modo de pânico”. O artigo detalha a reação do regime sionista após a emissão de um mandado de prisão pela Justiça Federal brasileira contra um soldado “israelense” acusado de envolvimento em crimes de guerra durante o genocídio continuado de palestinos em Gaza.
Tibon assinala que as autoridades “israelenses” foram surpreendidas pela decisão judicial brasileira, que resultou na emissão de um mandado de prisão contra o criminoso. Tel Aviv, temendo que seus soldados criminosos sejam pegos, entrou em “modo de pânico” e mobilizou esforços diplomáticos para resolver a situação rapidamente, escreve o colunista.
O autor destaca que o “ministério” das Relações Exteriores de “israel” emitiu um alerta para que seus militares evitassem postar detalhes de suas ações em Gaza nas redes sociais, para que seus crimes não sejam expostos e facilitem futuras investigações internacionais. Tibon cita uma fonte diplomática que afirmou: “Estamos preocupados com a possibilidade de que outros países sigam o exemplo do Brasil e emitam mandados de prisão semelhantes contra nossos soldados”.
O soldado Yuval Vagdani, acusado de crimes de guerra pela ONG Hind Rajab Foundation foi alvo de investigação ordenada pela justiça brasileira quando descobriu-se que ele estava de férias no Brasil. No dia 30 de dezembro, a juíza Raquel Soares Charelli, da Seção Judiciária do Distrito Federal, determinou que a Polícia Federal agisse contra o criminoso.
Além da investigação, a HRF solicitou a prisão provisória do militar, alegando risco de fuga ou destruição de provas. A decisão judicial baseia-se no artigo 88 do Código de Processo Penal Brasileiro, que permite a aplicação da jurisdição universal para crimes de guerra, crimes contra a humanidade e genocídio, conforme previsto no Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário.
Contudo, a Polícia Federal não agiu da maneira como se esperava, não se buscou a retenção do passaporte de Vagdani e o criminoso conseguiu escapar no último final de semana. “israel” trabalhou rapidamente para garantir sua saída segura do Brasil, utilizando seus diplomatas e seus agentes lobistas no país. Tibon relata que o soldado foi retirado do Brasil em um voo comercial, antes que as autoridades locais pudessem efetuar sua prisão.
O autor ressalta que este incidente ocorre em um contexto de crescente pressão internacional sobre “israel”, com o Tribunal Penal Internacional emitindo mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu e Yoav Gallant crimes de guerra. Tibon conclui que o caso no Brasil serve como um alerta para “israel” sobre os riscos legais que seus militares podem enfrentar ao viajar para o exterior.
A decisão brasileira pode estabelecer um precedente que encoraje outras nações a tomar medidas legais contra militares “israelenses”, aumentando a pressão sobre “israel” no cenário internacional, constata o colunista. O escândalo gerou enorme preocupação das autoridades sionistas com a possibilidade de que outros países adotem medidas semelhantes às do Brasil e punam os criminosos de guerra responsáveis pelo extermínio de mais de 55.000 palestinos em pouco mais de um ano.
Em resposta ao incidente, o regime “israelense” está considerando revisar suas políticas de viagem para militares e ex-militares, especialmente aqueles que participaram do genocídio em Gaza. Tibon menciona que uma das medidas em discussão é a restrição de viagens a países que reconhecem a jurisdição do Tribunal Penal Internacional, a fim de evitar situações semelhantes no futuro.
Yair Lapid, deputado de “oposição” a Netanyahu, expressou o temor de que o mundo comece a fazer justiça contra os criminosos de guerra em Gaza: “Este incidente mostra a falha do governo em proteger nossos soldados das armadilhas legais que estão sendo montadas contra eles em todo o mundo”.
O Comitê de Relações Exteriores e Defesa do parlamento “israelense” anunciou que realizará uma audiência de emergência sobre o assunto nesta segunda-feira, quando representantes dos ministérios governamentais relevantes serão convidados a apresentar as medidas que estão tomando para proteger seus criminosos de guerra no exterior.
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