Por Nara Lacerda.
Os dados consolidados da semana passada mostram que o Brasil voltou a registrar mais de 200 mil casos de covid-19 em sete dias, cenário que não era observado desde setembro. Além disso, pela segunda semana consecutiva, o país teve crescimento no total de novos pacientes e manteve as confirmações de óbitos acima de três mil.
De acordo com números do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), a soma de pessoas infectadas no período entre 15/11 e 21/11 foi de 203.827. Esse patamar é superior ao reportado na semana anterior, quando o resultado de novos contaminados ficou em 195.398. Portanto, a trajetória de queda que vinha sendo notada entre setembro e outubro foi interrompida, movimento que já começa a se consolidar como tendência.
Os registros de novas mortes também avançam com mais velocidade do que a observada nos últimos dois meses. Na semana passada, foram confirmados 3.331 casos fatais. Da primeira vez que a marca de 3 mil foi superada, o país viu começar um movimento de aumento nos números, que levou o Brasil ao segundo lugar em óbitos entre todas as nações do mundo.
Somente nesta segunda-feira (23), foram contabilizados 16.207 novos casos. O total de infectados desde os primeiros registros do novo coronavírus em território nacional é de 6.087.608. Nas últimas 24 horas, houve a confirmação de 302 mortes. A soma de vidas perdidas para a covid-19 no Brasil é de 169.485 pessoas.
Fiocruz prevê ampliação da vacina
Após a divulgação de que a vacina de Oxford tem potencial de imunização em doses menores, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) prevê que é possível aplicar a substância em um número maior de pessoas já no próximo ano. A expectativa é de que 130 milhões de cidadãos sejam imunizados em 2021.
Segundo o laboratório AstraZeneca, que desenvolve a vacina, há eficácia de até 90% com uso inicial de uma dose menor e complemento de uma segunda dose 30 dias depois. Os pesquisadores ainda tentam entender o motivo do resultado preliminar. Mesmo assim, já é possível estimar um aumento de cerca de 30% na possibilidade de imunização no Brasil.
Testes encalhados
A Comissão da Câmara que acompanha as medidas tomadas para controle de pandemia quer ouvir o Ministério da Saúde sobre os quase 7 milhões de testes PCR por vencer que estão em um armazém do governo federal em Guarulhos.
A denúncia foi feita nesse fim de semana pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a publicação, os exames têm prazo de validade em dezembro e janeiro.
Foram convidados a comparecer o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros e o diretor de Logística em Saúde do ministério, Roberto Ferreira Dias. Como não se trata de uma convocação, eles não são obrigados a atender ao convite. Representantes das secretarias de saúde estaduais e municipais também devem participar da reunião.
O total de testes sem destinação é superior aos cerca de cinco milhões de exames desse tipo que já foram realizados no Brasil.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) chegou a dizer que a responsabilidade pelos exames é de estados e municípios, mas não explicou por que o material ainda está em um depósito do governo federal. O Brasil ocupa a 118º posição na lista de nações que mais realizam exames para detectar a covid.
Saiba o que é o novo coronavírus
É uma vasta família de vírus que provocam enfermidades em humanos e também em animais. A Organização Mundial da Saúde (OMS) indica que tais vírus podem ocasionar, em humanos, infecções respiratórias como resfriados, entre eles a chamada “síndrome respiratória do Oriente Médio (MERS)”.
Também pode provocar afetações mais graves, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SRAS). A covid-19, descoberta pela ciência mais recentemente, entre o final de 2019 e o início de 2020, é provocada pelo que se convencionou chamar de “novo coronavírus”.
Como ajudar quem precisa?
A campanha “Vamos precisar de todo mundo” é uma ação de solidariedade articulada pela Frente Brasil Popular e pela Frente Povo Sem Medo. A plataforma foi criada para ajudar pessoas impactadas pela pandemia da covid-19. De acordo com os organizadores, o objetivo é dar visibilidade e fortalecer as iniciativas populares de cooperação.
Edição: Rodrigo Chagas.