Os primeiros 26, dos 79, réus acusados pela morte de 111 presos no “Massacre do Carandiru” irão a julgamento nesta segunda-feira, dia 08 de abril, no Fórum Criminal da Barra Funda, às 10 horas.
A chacina promovida pelo Estado ocorreu no dia 2 de outubro de 1992 na Casa de Detenção de São Paulo e teve início após uma briga entre presos no Pavilhão 9. Após mais de 20 anos, ninguém foi condenado. Previsto para o dia 28 de janeiro, o novo prazo foi dado pela Justiça para que o Instituto de Criminalística de São Paulo pudesse dar um parecer sobre a perícia balística a partir das armas utilizadas pelos policiais na ocasião.
Após todo esse tempo, muitas questões sobre o massacre ainda precisam ser levantadas. Como estão os familiares dos presos hoje em dia? O sistema prisional brasileiro continua matando? Quem treinou essa polícia que extermina as pessoas que se encontram sob a custódia do Estado?
A Corte Interamericana de Direitos Humanos da OEA e a Comissão de Direitos Humanos recomendam à República Federativa do Brasil, dentre outras observações, que “seja realizada uma investigação completa, imparcial e efetiva a fim de identificar e processar as autoridades e funcionários responsáveis pelas violações dos direitos humanos. (…) Adotar as medidas necessárias para que as vítimas dessas violações e suas famílias recebam adequadas e oportunas indenizações. (…) E desenvolver políticas e estratégias destinadas a descongestionar a população das casas de detenção, (…) e oferecer treinamento especial para o pessoal carcerário e policial”.
Fonte: Brasil de Fato.