Por Mariana Serafini.
O presidente da Argentina, Maurício Macri, anunciou nesta terça-feira (8) que pediu uma “linha de apoio financeiro” ao FMI. Em meio à desvalorização acelerada do peso frente ao dólar e inflação alta, o chefe de Estado recorreu a um recurso que o país não usava desde 2006.
O acordo entre o presidente e a diretora-geral do FMI, a francesa Christine Lagarde aconteceu nesta segunda-feira (7). Durante seu pronunciamento oficial a partir da Casa Rosada, sede do Governo, Macri não divulgou o valor do empréstimo. No entanto, a imprensa local especula que a nova dívida não deve baixar de 30 bilhões de dólares.
Macri argumentou que “em meio a condições mundiais cada dia mais complexas” decidiu “iniciar conversas com o FMI para que este outorgue uma linha de apoio financeiro” a Argentina.
Vale destacar, porém, que o país tem, atualmente, uma das dívidas externas mais altas do mundo. Ainda assim, Macri tenta esconder o desastre da política econômica de seu governoe afirma que a linha de crédito é apenas uma “medida preventiva”
O presidente, que levou o país à bancarrota em apenas dois anos, acusou as gestões anteriores – Néstor e Cristina Kirchner – de terem deixado o país falido. “Implementamos uma política gradualista que busca equilibrar o desastre que nos deixaram nas contas públicas, cuidando de setores mais vulneráveis e gerando emprego”.
Em contrapartida, na gestão de Macri o desemprego cresce em ritmo assustador. Nos primeiros meses de governo, chegou à cifra de mil demissões por dia em diversos setores.
Durante a gestão de Macri, o país sofre com tarifaços em diversos serviços públicos, as tarifas de energia elétrica e gás chegaram a aumentar mais de 500% em poucos meses. Transporte público e combustível também sofreram aumentos que atingiram em cheio os bolsos da classe média. Além disso, itens da cesta básica já custam mais de 30% do que quando o neoliberal assumiu o governo.
De acordo com um estudo divulgado recentemente pelo Observatório da Dívida Social da Universidade Católica da Argentina (UCA), entre 2016 e 2017 a pobreza infantil aumentou 2,1%, isso significa que mais de 8 milhões de crianças padecem com algum tipo de privação de direitos. O país fechou o ano de 2017 com um índice de pobreza de 31,4% e registrou mais de 22 mil demissões nos últimos doze meses.