Apesar das múltiplas existências, em meio às complexas diversidades – entre espaços e tempos descompassados – os caminhos e caminhantes se põem em movimentos contínuos, sob rotinas inalcançáveis ou complementares.
Apesar da miséria mais humilhante, dos flagelos nos longínquos territórios, entre expressões de povos e culturas – das tantas gentes -, sempre haverá conexões – de lá e de cá – que impulsionam saberes do bem viver.
Apesar das guerras e perversões, dos genocidas empoleirados dentro dos palácios de proteção, amparados por soldadinhos de chumbo – com fuzis nas mãos – pessoas corajosas ou não, constituem e sustentam as resistências.
Apesar da Terra sangrar, do leite derramar na poeira do duro chão e da natureza gemer as dores do dilaceramento, ter-se-ão, mesmo que tantos não saibam, ou que alguns não queiram, sopros de esperanças no resplandecer da manhã.
Porto Alegre (RS), 04 de fevereiro de 2025.
