O grupo APAEDança Floripa apresenta o espetáculo Livre Viver no 39º Festival de Dança de Joinville nos dias 22, 23 e 24 de julho. Coreografada pela professora, psicopedagoga e coreógrafa, Ana Luiza Ciscato, a atração tem entrada franca e integra a programação da Mostra Dança para Todos, que tem como cenário os Palcos Abertos de um dos maiores festivais de dança do mundo.
Uma improvisação dirigida, alinhada à linguagem corporal de cada bailarino integrante do grupo. Assim nasceu Livre Viver, coreografia do APAEDança Floripa, sob os olhares e direcionamento da professora Ana Luiza Ciscato. “O elenco foi parte fundamental do processo criativo, contribuindo ao seu modo com sua movimentação expressiva”, conta a coreógrafa. Ela acrescenta que essa heterogeneidade resultou em uma extensa abordagem criativa e em particularidades oriundas dos diversos movimentos executados por cada um, o que proporcionou, além do resultado artístico, o desenvolvimento individual. Assim, os passos vão incorporando o tema solidão, escolhido para contar essa história, e ganham parceria, corpo e identidade com a trilha sonora composta por músicas de Milton Nascimento.
Livre Viver chega ao público através da Mostra Dança para Todos que é voltada para iniciativas que trabalham a dança de forma inclusiva. De caráter não competitivo, a mostra integra a programação do Festival de Joinville e é apresentada nos diversos Palcos Abertos espalhados em pontos estratégicos por toda a cidade. Junto com o APAEDança Floripa, outros oito grupos de diferentes localidades do Brasil também sobem aos palcos. “Com este evento, reforçamos o compromisso do Festival de Dança de Joinville em desenvolver a dança de forma ampla e inclusiva”, ressalta o presidente do Instituto Festival de Dança de Joinville, Ely Diniz.
Já a diretora técnica da APAE Florianópolis, Nívea, reforça que a participação do grupo no festival é o resultado de muita dedicação tanto dos bailarinos quanto da coreógrafa. “A APAE de Florianópolis se sente honrada de estar levando uma representação do nosso trabalho para esse festival de tamanha visibilidade”, comenta.
As apresentações do APAEDança Floripa serão realizadas nos dias 22 (16h no Garten Shopping e 19h no Shopping Cidade das Flores), 23 (15h na Feira da Sapatilha) e 24 de julho (12h45 no Shopping Mueller e 18h na Feira da Sapatilha). Essa é terceira vez que o grupo entra na programação do festival, mas primeira vez integrando essa mostra. “Participar do festival de Joinville é sempre um desejo para qualquer pessoa que dance no nosso País. Mas para eles tem um sabor especial de estar invadindo espaços que há até muito pouco tempo não eram reconhecidos para pessoas com deficiências”, explica Ana Luiza sobre a importância de projetos de inclusão.
O elenco do espetáculo é composto pelos bailarinos Alexandre Baptista, Aline Paredes, Ariane Rosa da Silveira, Aroldo Gaspar, Bruno Tezzari, Gabrielli Caroline dos Santos, Danielle Malfatti, Deivid Velho, Everton Aquilino, Fernanda da Silva Lucas, Inori Sebastiao da Silva, Gabriel Guterres, Mariana Goulart dos Santos, Silvia Gevaerd, Sthefany H. M. Souza.
Dança inclusiva
Tem quem dance por paixão, por prazer, por diversão, outros para extravasar sentimentos, para se comunicar, alguns para superar alguma limitação. A lista dos motivos que levam alguém a dançar – quando não uma junção de todos eles – é imensa, particular e os benefícios alcançados pela sexta arte vão além de manter corpo e mente saudáveis.
Dessa forma, Ana Luiza Ciscato se utiliza das inúmeras possibilidades de atuação da dança como ferramenta de inclusão e desenvolvimento artístico para pessoas com deficiência há mais de 30 anos. Só na APAE de Florianópolis está há 18 anos à frente desse projeto. “Esse trabalho tem muito a ver com descobrir a individualidade de cada um, descobrir quem é a pessoa que mora atrás dessa deficiência. E quando a gente faz esse movimento, acaba transformando a autoimagem, consequentemente a autoestima e o desenvolvimento dela como um todo”, retrata a coreógrafa.
Além do Grupo APAEDança Floripa, Ana Luiza também dirige a Companhia Lápis de Seda, em Florianópolis, que utiliza a dança inclusiva como ferramenta de transformação social.