A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, tem dado um show de humanidade e sido elogiada por sua conduta após os ataques a mesquitas na última sexta-feira (15), que deixaram 50 mortos. Ardern condenou o ataque lembrando palavras ditas no julgamento do nazista Adolf Eichman, em 1961. “Visões extremistas que não têm espaço na Nova Zelândia e, na verdade, não têm lugar no mundo”. Após o massacre, ela fez um pronunciamento em cadeia nacional informando que vai mudar a as leis com o intuito de limitar o acesso às armas de fogo no país. “Agora é a hora de mudar”, disse.
Mas não foram só discursos, Ardern vestiu um véu e foi a mesquitas e visitou familiares dos mortos, abraçando e dando apoio a eles. Afirmou que os muçulmanos fazem parte da comunidade neo-zelandesa, “vocês são nós”. “Minha missão é garantir a segurança de vocês, sua liberdade de culto, sua liberdade de expressar sua cultura e sua religião. A Nova Zelândia é essa que vocês veem (apontando para a reunião com a comunidade islâmica). Nada do que aconteceu nos representa.”
Nas redes sociais, vídeos da primeira-ministra viralizaram no último final de semana, inclusive por muçulmanos, que ressaltam que ela é uma verdadeira estadista. No Brasil, Ardern também tem chamado atenção.”Uma aula de compaixão, empatia e exercício amoroso do poder. O exemplo vem da mulher que comanda a Nova Zelândia”, disse o jornalista André Trigueiro.
Aos 38 anos, Ardern é a primeira-ministra mais jovem da Nova Zelândia. É do Partido Trabalhista, define-se como social-democrata e progressista, defende impostos para pessoas de rendas altas e um Estado de bem-estar social. Em 2008, foi eleita presidente da União Internacional da Juventude Socialista. Anunciou sua gravidez em janeiro de 2018, conciliando a gestação com o cargo. A primeira-ministra deu à luz uma menina no dia 21 de junho de 2018.