DCM.- A Polícia Federal (PF) prendeu, na manhã desta sexta-feira (18), o antigo e o atual comandante-geral da Militar do Distrito Federal (PM-DF), coronel Fábio Augusto Vieira e Klepter Rosa Gonçalves. A operação é chama de Incúria.
A corporação cumpre sete mandados de prisão preventiva contra integrantes da cúpula da PM-DF, suspeitos de omissões nos atos terroristas promovido por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro.
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As prisões foram solicitadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Todos eles integravam a cúpula da PM-DF durante os ataques na capital federal.
Fábio Augusto, ex-comandante-geral da PM-DF
Fábio Augusto Vieira também havia sido preso em janeiro, após outra determinação de Moraes. Ele era o responsável pela PM-DF quando ocorreram os atos terroristas em Brasília.
Ele estava no cargo desde abril de 2022. Fábio foi exonerado em medida assinada pelo interventor federal na segurança pública do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, mas já estava afastado do cargo desde o dia seguinte aos ataques.
O ex-comandante tem 46 anos, é formado em direito e possui pós-graduação em Ciências Políticas pela Universidade do Chile. Ele passou pelo curso de formação de oficiais e de altos estudos pela Academia de Polícia Militar de Brasília, além de ter se especializado em Segurança Pública na Academia de Polícia Militar da Paraíba.
Antes de assumir o comando-geral da corporação, Fábio Augusto chefiava a Subsecretaria de Operações Integradas da Secretaria Executiva de Segurança Pública (SSP-DF).
Klepter Rosa Gonçalves, atual comandante-geral da PM-DF
Klepter Rosa Gonçalves assumiu o comando da PM-DF após o ex-interventor federal da segurança pública do DF, Ricardo Cappelli, exonerar o coronel Fábio Augusto Vieira. Na data da tentativa de golpe, ele era subcomandante-geral da corporação.
Em junho, o militar foi ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa, a qual investiga as manifestações radicais do 8 de Janeiro. Ele foi citado em depoimentos por dar folga ao ex-comandante do Departamento de Operações (DOP), Jorge Eduardo Naime, além de deixar a tropa de sobreaviso, no dia 7 de janeiro.
O comandante explicou que recebeu informações do DOP e 1º Comando de Policiamento Regional (CPR), um dia antes dos ataques na capital federal, de que o efetivo era suficiente. Por isso, parte da tropa foi colocada em sobreaviso.
Ele afirmou que repassou essas informações para o então comandante-geral, coronel Fábio Augusto Vieira. “Em todo momento, mantive contato com o comandante-geral, coronel Fábio Augusto, informando dos fatos que estavam acontecendo (sobre o dia 7)”, disse na CPI.
Klepter também já teve prisão determinada pela Justiça. Ele foi detido em 10 de janeiro, mas teve a prisão revogada por Moraes, contrariando pedido da Procuradoria Geral da República (PGR).
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Está se tornando de domínio público o que o povo pobre e trabalhador sempre soube. Militares são violentos e corruptos, por que dá muita grana. A final, ninguém colou com o capitão do exército ladrão de graça.