Ano velho
Começou outro ano
Mudou o número
Fechei os olhos pra fora, abri pra dentro
Encontrei a esperança, esbaforida, tinha os pés esfolados
Viramos o que mesmo?
Caminhei na penumbra procurando rostos familiares
“que tudo se realize”
Tudo é muita coisa
Quem sabe eu sinta
Sentir é tudo
O resto é ilusão (estou sorrindo)
Claro que fiz minha lista
E você?
Segurei firme na mão da esperança
Levando bolinhos de coragem
Lá vamos nós novamente
Com livros na mochila
sorrindo
Que esse ano velho seja tudo que pudermos fazer dele
Com seus pedaços carcomidos
Com nossa alegria selvagem
E se não terminar
A gente carrega ele até o fim
Juntas
Rosangela Bion de Assis é poeta, jornalista e presidenta da Cooperativa Comunicacional Sul.