Por João Dias.
Cerca de 400 empresários argentinos estiveram em Angola para participar na Feira de Produtos e Sistemas Tecnológicos da Argentina. De regresso ao seu país, levam boas lembranças do nosso país, não só de âmbito empresarial mas também cultural, embora o mais relevante seja a vontade de voltar. O mercado angolano apresenta várias vantagens para a economia argentina, entre as quais a de garantir uma margem de crescimento assinalável.
“Quando chegámos a Luanda, um dia antes da feira, fomos conhecer a gastronomia e tentámos ver como é a noite angolana, cuja cultura impressiona pela positiva. Gostei muito do que vi. Apreciei a música, a bebida e comida, foi formidável”, disse, com entusiasmo, o empresário argentino Nicolás Bertolo, director criativo da Urenko, uma empresa dedicada ao design e criação de moda.
Ao referir-se à sua área empresarial, considerou que Angola mostra estar a dar passos significativos, embora a indústria ainda não seja forte, o que exige muitas parcerias com outros países com experiência neste segmento. Além disso, pôs a possibilidade de fazer criações de roupa com matéria-prima angolana. “Falei com alguns empresários angolanos sobre a possibilidade de fazermos roupas com matéria-prima angolana e desenho argentino. A ideia foi bem acolhida e agora vamos procurar trabalhar na sua efectivação”, referiu.
Aliás, segundo confidenciou ao Jornal de Angola, foi precisamente pela necessidade de encontrar parcerias deste tipo que veio a Angola. “O que pretendemos a nível da moda é criar marcas híbridas, ou seja, fazer produtos com matéria-prima angolana e desenho argentino. Queremos efectivar esse intercâmbio. Vamos associar estes aspectos e fazer um produto comum”, reforçou.
Da Argentina trouxe muitas peças de marca Urenko, exibidas na feira organizada pela embaixada daquele país latino-americano em parceria com a Feira Internacional de Luanda (FIL). Agora leva menos peso na bagagem, porque o impacto que tiveram junto do público angolano foi muito positivo. Este facto justifica, do seu ponto de vista, um regresso a Angola, se calhar para uma permanência prolongada. Para Daniel Vagliente, sócio gerente da Ferretera, uma empresa de ferramentas para agricultura e construção civil, a estadia em Luanda foi proveitosa, porque conseguiu alcançar os objectivos que motivaram a vinda a Angola.
“A nossa estadia foi muito positiva, porque permitiu estabelecer contactos, conhecer um pouco mais a realidade angolana e o seu potencial”, sublinhou. O objectivo da sua empresa é ter parcerias com outros países nos quatro continentes, um desafio que vai conseguindo, embora timidamente.
Entre as informações que recolheu antes de viajar para cá, contava-se o facto de Angola ser um país de grande abertura para a tecnologia argentina. Isso mesmo comprovou durante a sua estadia, razão pela qual garante que vai voltar sempre que houver feiras semelhantes.
Imagem: Presidente da Argentina Cristina Kirchner fez a apresentação dos produtos do seu país na Feira Internacional de Luanda. Fotografia: João Soares.
Fonte: http://jornaldeangola.sapo.ao/