Por Rafael Targino.
A chanceler alemã Angela Merkel (CDU) foi reeleita neste domingo (22/09), mostram as projeções das redes de TV ARD e ZDF. As pesquisas de boca-de-urna indicavam que Merkel precisaria se coligar com sua oposição direta, o Partido Socialdemocrata Alemão (SPD), mas ainda existe uma possibilidade de que o partido dela consiga maioria absoluta no Bundestag.
Às 22h40 (17h42 no horário de Brasília), as projeções da ZDF davam 41,9% para a União (bloco formado pela União Democrata-Cristã, a CDU, e pela União Social-Crista, a CSU), 25,7% para o SPD (com quem talvez Merkel precise se coligar), 8,5% para o “A Esquerda” (Die Linke) e 8,4% para os Verdes. O atual parceiro da chanceler, o Partido Liberal da Alemanha (FDP), está com 4,8% e não deve conseguir passar a cláusula de barreira, que estabelece um mínimo de 5% dos votos para representação no Parlamento.
De acordo com as projeções da ZDF, a União deve conquistar 301 de 606 possíveis assentos do Bundestag (a duas cadeiras da maioria absoluta); o SPD, 184; o Die Linke, 61; os Verdes, 60. Uma coligação destes últimos três seria possível, porém tanto o SPD, quanto o Die Linke, já afastaram a possibilidade.
Nas primeiras projeções, a União chegou a aparecer com duas cadeiras a mais que as necessárias para a maioria absoluta.
Merkel comemora resultado
“Foi um super resultado”, afirmou Merkel a apoiadores durante o primeiro discurso logo após o fechamento das urnas e a divulgação das pesquisas iniciais.”Faremos tudo o que pudermos nos próximos quatro anos juntos para torná-los anos de sucesso para a Alemanha.”
Já o candidato do SPD, Peer Steinbrück, afirmou que “não iria especular” sobre formação de governo neste momento. “Ela [Merkel] é que precisa se preocupar com maioria”, disse, sem, no entanto, descartar uma futura aliança.
Como é a eleição
Cada alemão tinha direito a dois votos neste domingo. No primeiro, votou-se no candidato do distrito a que o eleitor pertence (cada distrito compreende cerca de 250 mil eleitores). Esse primeiro voto preenche 299 cadeiras. Na segunda vez, a população vota em uma lista de candidatos indicada por cada partido. Na prática, o segundo voto serve para escolher quais agremiações serão representadas no parlamento. Com essas escolhas, são preenchidos outros 299 assentos. A questão é que existe uma cláusula de barreira: se o partido não atinge 5% do segundo voto ou não consegue vencer a eleição em pelo menos três distritos, não vai para o Bundestag.