A organização da 13ª Feira do Livro de Jaraguá do Sul (SC) anunciou, nesta terça-feira (16), que cancelou a participação da jornalista Miriam Leitão no envento por conta de protestos da população local. A participação do sociólogo Sérgio Abranches foi cancelada pelo mesmo motivo.
Desde segunda-feira (15), quando as presenças de Miriam e Abranches foram anunciadas, defensores de Jair Bolsonaro começaram a fazer pressão contra a participação dos dois no evento através das redes sociais, inclusive com ameaças de morte. Além dos comentários nas redes, os bolsonaristas criaram um abaixo-assinado que já reúne mais de 3 mil assinaturas.
No texto do abaixo-assinado, os signatários afirmam que repudiam a presença de Miriam Leitão na Feira do Livro por causa de seu “viés ideológico e posicionamento”.
Leitão, entre jornalistas da mídia tradicional, é um dos principais alvos das milícias virtuais bolsonaristas, que acusam a analista política da GloboNews de ser “esquerdista”.
Em nota, a organização do evento lamentou a decisão de cancelar a participação da jornalista e do sociólogo, informando que teme pela integridade física de ambos.
“Nunca, em toda sua história, a festa da literatura foi atacada pela escolha de seus convidados”, diz a nota.
Ao site NSC total, também por meio de nota, a organização da Feira do Livro detalhou a decisão. “A Feira do Livro sempre foi um evento para as crianças e para famílias. Por causa da característica truculenta, intimidadora e ameaçadora de mensagens recebidas, decidimos cancelar parte da programação para proteger a integridade física dos convidados e o bem estar do público”.
O nome disso é Terrorismo de Estado.