RFI.-A alemã Carola Rackete, capitã do navio “Sea Watch 3”, foi libertada na noite terça-feira (02/07), após passar vários dias detida por ter atracado à força no porto de Lampedusa, na madrugada do último sábado (29/06). Correndo risco de morte, a jovem de 31 anos está abrigada em um local secreto e sob forte esquema de segurança.
A ONG humanitária Sea Watch confirmou nesta quarta-feira (03/07) que a ativista está escondida devido ao grande número de ameaças recebidas na Itália. Por razões de segurança, o porta-voz da organização, Ruben Neugebauer, não indicou quando a jovem deixará o país.
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O ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, defendeu publicamente a prisão de Carola Rackete, chamando-a de “pirata” e “criminosa”. Agora ele exige que a capitã seja imediatamente expulsa do país, alegando que a ativista é “perigosa para a segurança nacional”.
Na terça-feira, a juíza Alessandra Vella, do tribunal de Agrigento, decidiu pela libertação da jovem, argumentando que Carola Rackete realizava uma operação de salvamento no mar. Para a magistrada, a ativista não violou nenhuma lei, mas apenas cumpriu seu dever de proteção da vida humana.
Em um comunicado, a capitã comemorou a decisão. Segundo ela, a decisão da juíza é “uma grande vitória da solidariedade para com os migrantes e contra a criminalização daqueles que querem ajudá-los”.
Mais de duas semanas de espera
O navio que Carola Rackete conduzia, de bandeira holandesa, ficou mais de duas semanas em águas internacionais esperando a autorização do governo italiano para atracar com 41 migrantes a bordo, resgatados na costa da Líbia.
Na madrugada do último sábado, com a continuação do impasse, a jovem capitã violou a proibição imposta por Roma e ancorou na ilha de Lampedusa. Segundo ela, a situação era de extrema calamidade no navio.
Carola Rackete desembarcou junto com os 41 migrantes. Desde então, estava presa e corria o risco de ser condenada a até 10 anos de prisão.
Segundo o governo italiano, a Alemanha acolherá os migrantes do “Sea Watch 3”. França, Portugal, Finlândia e Luxemburgo também se disseram dispostos a recebê-los.