Por Murilo Pajolla, em Brasil de Fato.
O Imazon divulgou nesta quinta-feira (20) que o desmatamento na Amazônia triplicou no mês março. Com isso, o primeiro trimestre deste ano terminou com a segunda maior área desmatada dos últimos 16 anos. O pior índice foi registrado nos três meses iniciais de 2021.
O monitoramento feito por imagens de satélite do Imazon identificou 867 km² de área derrubada nos três primeiros meses de 2023. Na média, foram quase mil campos de futebol desmatados por dia.
“Os governos federal e dos estados precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará, que perdeu uma área de floresta equivalente a 500 campos de futebol apenas em março. Será preciso também não deixar impune os casos de desmatamentos ilegais e apropriação de terras públicas”, diz o pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon.
Na última semana, o governo federal colocou em consulta pública a quinta fase do Plano de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal (PPCDAm), criado na primeira gestão Lula (PT). Elaborado pela pasta de Marina Silva com outros 11 ministérios, o novo texto poderá receber sugestões de pessoas ou organizações até o dia 26 de abril.
Sul do Amazonas viu desmatamento aumentar nove vezes
Oito dos nove estados da Amazônia Legal tiveram aumento da derrubada em março. A exceção foi o Amapá. Segundo o Imazon, o cenário indica a urgência da adoção de ações de proteção aos territórios mais pressionados.
O cenário mais devastador está no sul do Amazonas. O monitoramento aponta que no estado a devastação passou de 12 km² em março de 2022 para 104 km² em março de 2023, quase nove vezes mais.
O estado é o líder de desmatamento em março, concentrando 30% de toda a devastação. No sul amazonense, municípios próximos à divisa com o Acre e com Rondônia, na região chamada de Amacro, aceleraram a devastação. A região perto das divisas com o Pará e o Mato Grosso também foi muito afetada.
Edição: Rodrigo Durão Coelho