As ruas de Brasília serão ocupadas, nesta quarta-feira (24), pelo povo brasileiro em defesa de eleições diretas para a Presidência da República e pelo “ Fora Temer”. Inicialmente convocada para barrar os desmontes da Previdência e dos direitos trabalhistas, a mobilização ganhou novos contornos após as explosivas denúncias contra o golpista Temer.
Michel Temer foi flagrado em gravações participando diretamente da negociação de propina para comprar o silêncio do réu e ex-deputado Eduardo Cunha, atualmente preso. “Tem que manter isso, viu?”, disse Temer sobre o acordo, segundo gravação, informou o jornal “O Globo”. Além disso, Temer teria indicado o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto ligado à empresa. Em outra gravação, Loures aparece, segundo a Globo, recebendo uma mala com R$ 500 mil que teria sido enviada pelo dono da JBS.
A luta contra as propostas de Reforma Trabalhista e Reforma da Previdência em tramitação no Senado e na Câmara dos Deputados, respectivamente, segue em pauta, uma vez que setores políticos se esforçam para viabilizar os ataques aos trabalhadores. Após as denúncias contra Temer, 24 de maio será o quarto dia de atos em protesto contra o governo golpista.
Na última sexta-feira (19) os dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral de Trabalhadores (UGT), Força Sindical, Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Intersindical, CSP-Conlutas e Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) se reuniram e reforçaram a necessidade da convocação conjunta. A convocação também é feita pela Frente Povo Sem Medo e Frente Brasil Popular.
Já na véspera da mobilização, na terça-feira (23) começará o acampamento, que será realizado no estádio Mané Garrincha a partir das 21h. Na quarta-feira (24), a concentração está marcada para as 14h, com a marcha começando às 17h, culminando em um grande ato na Praça dos Três Poderes às 18h30. Paralelamente a marcha de Brasília, são organizados atos pelas Diretas Já em outras cidades. Sertãozinho, Belo Horizonte, Santa Rita de Sapucaí, e Porto (Portugal) já têm eventos confirmados.
Segundo Edson Carneiro Índio, da Frente Povo Sem Medo e secretário geral da Intersindical, “a manifestação e a marcha estavam inicialmente convocadas em defesa dos direitos e da aposentadoria, portanto contra a reforma trabalhista e da Previdência, mas que ganhou um caráter mais amplo após esta nova situação do Temer”.
“Nós vamos par a manifestação também defender Diretas Já. Para nós da Intersindical, tem um caráter agora por direitos e por diretas. Nós só vamos conseguir garantir direitos e a própria constituição se tivermos saída por eleições diretas”, disse Índio.
Durante o ato realizado em São Paulo neste domingo (21), o presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que “a nossa mobilização é até ter eleições diretas já”. “Se tiver um indireto indicado, vamos fazer Fora Maia, Fora Carmem Lúcia, fora qualquer um que venha para fazer o que o Temer não está conseguindo, que é aprovar as reformas”.
“E nós queremos fazer uma constituinte no Brasil, quem venha reformar essa constituição, de forma que possamos fazê-la mais próxima do povo. Para nós, defender a constituição é defender o povo, o povo é maior que tudo que acontece no Brasil, não pode ser relegado a segundo plano”, defendeu Freitas.
A vice-presidenta da CUT, Carmen Foro, também reforçou a importância do ato de 24 de maio e ressaltou a necessidade de mobilizações em todas as cidades.
Fonte: Rede Mundo.