O presidente boliviano destacou o ‘papel de interferência que esta organização teve à frente do Almagro’.
‘Tivemos essa ingerência tão clara, tão evidente’ realizada por Almagro, continuou Arce, em aparente alusão às manifestações do Secretário-Geral da OEA sobre a crise vivida na Bolívia em 2019 e a recente prisão do ex-presidente interino Jeanine Áñez.
Ele também disse que este assunto será discutido em ‘todos os fóruns necessários’ para ver se outros países concordam com a posição da Bolívia e do México e depois ‘tomar as ações recomendadas’.
Algumas análises lembram que a atuação do funcionário, apontado por várias fontes como agente da CIA estadunidense, pode ser decisiva em seu desejo de continuar cumprindo o roteiro da Doutrina Monroe ou melhor, tudo o que a Casa Branca diz contra os governos de a região que se desvia do rebanho.
As posições de Almagro vão contra Cuba, Venezuela, Nicarágua ou contra quem não concorda com a política dos Estados Unidos.
Depois de ser reeleito chefe da OEA em março de 2020, Almagro recebeu novos golpes, especialmente quando o jornal estadunidense The Washington Post relatou que especialistas do Massachusetts Institute of Technology (MIT) expuseram que ‘não há evidências estatísticas de fraude em as eleições bolivianas ‘.
De acordo com o Post na época, Almagro não agiu de forma limpa na Bolívia e as mentiras veiculadas na mídia ligada ao conservadorismo fizeram sua parte e Evo Morales e García Linera apareceram como mentirosos a princípio.
Somando-se aos atuais fracassos da Bolívia em suas intenções de derrubar o presidente Nicolás Maduro e intervir militarmente na Venezuela.
O que aconteceu na nação andina desqualifica a conduta da entidade e seus relatórios, e sua evidente aliança com Washington e a direita boliviana de derrubar Morales e seu Movimento pelo Socialismo em novembro de 2020.
A OEA, criada em 1948 quando sua Carta foi assinada em Bogotá, Colômbia, entrou em vigor em dezembro de 1951 e, desde então, os Estados Unidos a têm usado à vontade e de acordo com o ‘são’ de suas políticas.
Os princípios da Carta são letra morta a ser constantemente violada e só existem quando a Casa Branca quer mudar o que não lhes convém, algo que receba o aval de seu atual secretário-geral.
O princípio de ‘Promover e consolidar a democracia representativa respeitando o princípio da não intervenção’ é violado e quanto disso a região não viu na Guatemala, República Dominicana, Panamá, contra Cuba e, mais recentemente, na Bolívia.
É comum, segundo analistas, que a OEA de Almagro intervenha nos assuntos internos da América Latina e não foi surpresa que o uruguaio recebesse elogios do ex-secretário de Estado Mike Pompeo, que o descreveu como ‘um verdadeiro campeão da liberdade na América Latina. ‘.
Em seu servilismo, que alguns na região chamam de ‘cachorrinho’, o chefe da OEA recentemente se juntou aos ataques de setores conservadores e cubano-americanos acusando Cuba de aplicar ‘terrorismo de Estado a quem pensa diferente’.
Almagro participou de uma entrevista coletiva virtual organizada por uma organização criada por Washington, Cuba Decide, junto com José Daniel Ferrer, um mercenário que lidera a União Patriótica de Cuba (Unpacu), uma organização financiada pelos Estados Unidos para tentar aumentar os números de uma suposta oposição em Cuba.
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