A Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP) e a Pastoral da Juventude Rural (PJR) são duas organizações que estão articuladas nacionalmente. No Oeste e Extremo-oeste Catarinense, construíram-se a partir da necessidade de organizar as juventudes em cada realidade, na favela, na roça, na cidade, dentro da Igreja, enfim, um processo que perpassa 10 anos de muita mística, formação e construção coletiva, sendo que nacionalmente, a PJR possui quase 35 anos de organização e a PJMP 38 anos.
O processo que nos move também levou a compreensão de que vivemos uma luta classista, onde os empobrecidos são invisibilizados pelos meios de comunicação de massa, cujo interesse é criminalizar os povos, responsabilizando-os pelos erros cometidos pelos próprios Capitalistas e colocando-os uns contra os outros, como símbolo de seu ‘sucesso’. A necessidade de trabalhar na organização do povo atuando na contracorrente do sistema, é que nos aproximou e aproxima como militantes. Nesse encontro, unificamos forças em regiões do Estado e firmamos uma estratégia de enfrentamento importante, mais do que isso, reunimo-nos com companheiros\as numa aliança de partilha, identidade e respeito pelas diferenças.
Na tentativa primeira de fortalecermos a nossa estratégia de articulação das bases da PJR e PJMP, encontramos nesse caminho, pessoas como Jilson Carlos Souza, Educador Popular e um dos representantes da Associação Paulo Freire de Educação e Cultura Popular (APAFEC), de Fraiburgo-SC. Foi lá, no chão do Contestado que aprendemos com suas contribuições, trocamos saberes, nos identificamos com o ideal de vida, de sociedade, de mundo e fizemos a opção pela aliança em defesa dos nossos.
A abertura para esse diálogo, trouxe para perto a Jornalista Elaine Tavares, companheira que víamos na militância dos assentamentos, contribuindo com suas falas e reflexões, e, depois, no Primeiro Acampamento das Juventudes do Campo e da Cidade, que realizamos em setembro de 2015, no município de Descanso- SC, onde tivemos a oportunidade de nos abraçarmos e retomarmos a discussão profunda de consolidar uma comunicação de enfrentamento, de resistência para denunciar mas também defender a Classe a qual pertencemos.
Nessas idas e vindas, sonhos e angústias, a ponte para a construção da “Outra Informação” foi sendo formada. Nos reunimos agora também, com companheiros\as, como Raul Fitipaldi, Tali Feld Gleiser, Rosângela Bion de Assis, que representam junto a outros\os companheiros\as a Cooperativa de Trabalho e o Portal Desacato, com sede em Florianópolis-SC. Depois de estarmos perto desses, por alguns dias no início deste ano, Raul Fitipaldi, Jornalista e Co-fundador do Portal Desacato, veio até São Miguel do Oeste para firmar, humana e politicamente a construção desse Jornalismo de Resistência e dessa aliança política necessária para o avanço em outras articulações.
A presença do companheiro Raul Fitipaldi representou para o coletivo PJMP e PJR, uma ascensão profunda na sedimentação de um sonho que perpassa os nossos interesses individuais. Essa é uma ponte de integralização que reestabelece as nossas esperanças, tornando o processo de luta menos doloroso, pois estamos perto de gentes que alimentam a consciência coletiva, com palavras e ações de um amor revolucionário, desprendido de preconceitos e carregado de transformação.
É com vocês, que historicamente firmaram-se na postura de Classe, que desejamos seguir construindo, aprendendo, contribuindo com os saberes que nos circundam. Quem mais desejar construir a história em defesa das gentes, que venham, nossas mãos estarão abertas para segurar sonho a sonho, e fechadas no punho a punho hermanados na luta em favor da Vida.
Escrito por: Coletivo PJMP\PJR-SC.