Líderes da extrema-direita europeia aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) estão sendo acusados de receber dinheiro do presidente da Rússia Vladimir Putin em apoio a campnhas eleitorais e movimentos políticos.
Um deles é o ex-primeiro-ministro da Itália, Matteo Salvini. Em 2019, foi vazada uma reunião em que estavam presentes representantes de Putin e o principal assistente de Salvini. O encontro ocorreu em outubro de 2018, em Moscou. Na pauta estava a negociação de uma “grande aliança”. De acordo com o conteúdo vazado, houve um possível negócio envolvendo uma empresa russa vendendo petróleo no valor de cerca de US$ 1,5 bilhão. Um desconto seria aplicado para permitir que o partido de Salvini recebesse parte da diferença.
Outra política envolvida nas acusações é a candidata da extrema direita na França, Marine Le Pen. Segundo o partido de Le Pen, eles estão pagando 12 milhões de euros que tomaram de um banco russo-checo. O valor seria o acerto atingido por conta do empréstimo que tomou de 9,4 milhões de euros. Em 2014, o partido de seu pai, Jean Marie Le Pen, conseguiu um empréstimo de 2 milhões de euros de uma empresa offshore, com sede no Chipre.
Viktor Orbán também firmou apoio com Putin, em 2014, seu governo escolheu a estatal russa Rosatom para renovar a única usina nuclear da Hungria, por um valor de 12,5 bilhões de euros. Com isso, os russos iriam fazer um empréstimo em condições generosas de 10 bilhões de euros e que teria de ser pago em apenas 21 anos, contando a partir de 2026.
Outro país que registra um interesse especial de Putin é a Alemanha. O Kremlin é acusado por forças políticas de Berlim de ser um dos principais apoiadores do partido Alternativa para Alemanha. Além disso, a extrema direita espanhola também tem firmado acordos com Putin. Por exemplo o partido Vox, que manteve uma relação de profunda alianças com as organizações ultracatólicas Hazte Oír e CitizenGo. Numa investigação, a entidade OpenDemocracy revelou como a CitizenGO é apoiado por milionários russos, na esperança de ajudar o movimento espanhol a ganhar força para eleições.
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