Por Marcelo Espinoza, Agência AL.
Um livro de poesias, cuja leitura será obrigatória para os candidatos do Vestibular 2020 da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), causou polêmica na Ordem do Dia da sessão ordinária desta terça-feira (17), na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. O assunto foi tema de pronunciamento do deputado Jessé Lopes (PSL), na parte inicial da sessão.
O parlamentar criticou a inclusão do livro “Um útero é do tamanho de um punho”, de Angélica Freitas, na lista de obras para o vestibular unificado das duas universidades. Na tribuna, ele leu pontos de algumas poesias. Os textos faziam referências a elementos cristãos e aos órgãos reprodutores masculino e feminino.
Indignado com o teor das poesias, Jessé apresentou moção, de número 463/2019, na qual repudia a inclusão da obra no vestibular. A deputada Luciane Carminatti (PT) afirmou que se absteria da votação por não conhecer o conteúdo do livro.
O deputado Bruno Souza (sem partido) declarou apoio à moção. “Livro de péssimo gosto. Fico pensando onde estão os clássicos, as leituras fundamentais para o desenvolvimento dos jovens”, disse. “Me parece que esse livro contém financiamento público. Mesmo aqueles que discordam do péssimo gosto do livro, são obrigados a financiar isso.”
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Luciane, então, pediu que a votação fosse nominal, ou seja, cada deputado teria que manifestar seu voto no painel do plenário. Para a deputada, a moção representa censura.
“Dizer o que cabe ou não do ponto de vista da arte, não cabe aos legisladores. Os legisladores têm que cumprir com a Constituição”, disse a parlamentar. “Não sei se o problema de alguns é da cintura pra baixo ou do pescoço pra cima. Isso nós ainda vamos ter que descobrir.”
Jessé retornou ao microfone, leu trechos das poesias e criticou a obra. “Não é questão de sexualidade, estão ferindo os valores cristãos. É muito mais grave do que simplesmente sexualidade”, disse o deputado.
O autor da moção afirmou que passou vergonha ao comprar o livro. Disse, ainda, que presentearia Luciane com a obra “para que ela possa presentear alguém da família que tenha 18 anos e que queria saber qual o tamanho do útero e se um punho cabe dentro dele.”
Jessé Lopes também recebeu apoio dos deputados Jair Miotto (PSC) e Ana Campagnolo (PSL). “Esse conteúdo é irrelevante do ponto de vista acadêmico. O livro, além de ser ruim, tem um conteúdo desnecessário”, disse Ana. “Qual a necessidade do acadêmico ler um livro que faz referências a enfiar o dedo no ânus?”
O deputado Ivan Naatz (PV) criticou a atenção dada ao tema e classificou o debate como “triste e cômico”. “É como se a gente não tivesse nada para fazer”, afirmou. “Santa Catarina com tantos desafios e nós perdendo tempo para discutir o que alguém vai ler ou não vai ler. Chega a ser vergonhoso para a Assembleia Legislativa.”
A moção 463/2019 não chegou a ser votada por falta de quórum e se não for retirada pelo autor, será apreciada nas próximas sessões da Alesc.
Começo a desconfiar que a ignorância é critério para ser filiado ao PSL…
Será que eles sequer entenderam o projeto estético de Angélica Freitas? Será que eles sabem o que é um projeto estético?
Tempos de obscurantismo em que exalta-se a burrice e a grosseria.
Quem tem que enfiar o dedo no cú é quem votou no nobre deputado Jesse Lopes.
vou mostrar pra eles uma poesia dos anos 1200 de Afonso Eanes de Coton e todas as candigas de escarnio e maldizer cheias de cus, foder, etc, pra eles quererem dizer se na idade média isso era culpa do pt e o que é ou n é arte:
com as mãos tapo as orelhas,
os olhos e as sobrancelhas,
tapo-te ao primeiro sono;
com a minha piça o teu cono;
e como o não faz nenhum,
com os colhões te tapo o cu.
E não rebentas, Marinha?
Mais um criando polêmica prum livro meia boca vender horrores.
Nesse caso o livro é bom pra caramba! Poesia de excelente qualidade.
O livro é excelente mesmo.
LIXO.
Esse pessoal reacionário que está na alesc só pra causar já encheu o saco. Meu deus quanta repressão sexual. Chega a dar pena.