Trabalhadores Sem Terra denunciam que têm sofrido violência e assédio. Decisão judicial a favor do suposto proprietário é considerada ilegal pelo MST
Nesta quarta feira (13) termina o prazo para a desocupação voluntária do acampamento Hugo Chávez, localizando na Fazenda Santa Tereza, em Marabá, onde 300 famílias permanecem acampadas. A ordem de reintegração de posse foi deferida pela Vara Agrária de Marabá, depois do Instituto de Terras do Pará (Iterpa) ter concluído parecer favorável ao suposto proprietário das terras.
Na última segunda-feira (11), três camionetes com pistoleiros dispararam contra o acampamento, colocando mulheres, idosos, jovens e crianças na linha de fogo. A situação de violência e constante ameaça é denunciada há bastante tempo pelos trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra.
Os trabalhadores Sem Terra questionam o processo de compra e venda da fazenda pelo atual proprietário, processo considerado ilegal, pelo que reivindicam a destinação da área para fins de Reforma Agrária. Além disso, responsabilizam o Iterpa pelo conflito gerado.
Em suas redes sociais, a pré-candidata à Presidência da República pelo PCdoB, Manuela D’Ávila denunciou a gravíssima situação de acosso sofrida pelas famílias do acampamento Hugo Chávez.
“Urgente! Sábado pela manhã estive no acampamento Hugo Chaves em Marabá, Pará. As crianças brincaram com minha filha, dançaram, falaram sobre a vontade de seguir estudando. As mulheres falaram sobre seus barracos e tudo o que plantaram e colheram. Agora, antes de dormir, recebi a informação que pistoleiros atacaram a tiros o local mesmo com as famílias já se organizando para cumprir a reintegração de posse marcada para quarta. Providências dos governos federal e estadual são urgentes! Ajudem a denunciar!”, conclamou D’Ávila na noite desta segunda.
O MST exige que os governos federal e estadual, assim como a Polícia Militar do estado tomem providências para que outro Eldorado do Carajás não aconteça.
Fonte: MST.