Alemanha novamente no labirinto da espionagem

Os serviços secretos da Alemanha (BND) espiaram, entre outros, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o FBI e também o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, revelaram diversos orgãos de informação daquele país.

Estas informações, deverão acentuar a polémica na Alemanha sobre a vigilância de cidadãos e instituições feita pelos serviços secretos e que foram desencadeadas pelas revelações do analista informático norte-americano Edward Snowden, actualmente a residir em local secreto na Rússia.

As alegações são particularmente embaraçosas para a chanceler alemã, Angela Merkel, cujo gabinete supervisiona a ação dos serviços secretos, depois de, em 2013, ter vindo a público que a Agência Nacional de Segurança norte-amerciana (NSA) teve o seu telemóvel sob escuta. Na altura, Merkel  afirmou que “a espionagem entre amigos não é aceitável”.

A rádio pública alemã Berlin-Brandebourg (RBB) noticiou ainda que o BND espiou o ministro dos Negócios Estrangeiros francês Laurent Fabius, o Tribunal Internacional de Haia (TPI), o FBI, a Unicef e a Organização Mundial de Saúde (OMS), citando uma lista de 900 páginas de “seletores” do BND – números de telefone, emails e endereços IP – que os serviços de informações forneceram a uma comissão parlamentar.

Da lista constam também “muitas empresas europeias e norte-americanas, incluindo fabricantes de armas como a Lockheed dos Estados Unidos”.

Entre visados figuram ainda um diplomata alemão que entre 2008 e 2011 exerceu as funções de chefe da missão de observadores da União Europeia (UE) na Geórgia e, mais tarde, teve cargos europeus de destaque em Bruxelas e na Turquia, e a rádio financiada pela administração norte-americana Voice of America.

A imprensa alemã tinha noticiado anteriormente que o BND tinha espiado, em colaboração com a NSA, a presidência e a diplomacia de França, a Comissão Europeia e outros alvos estrangeiros.

“A análise dos seletores do BND vai demorar ainda vários meses para clarificar porquê, quando e quanto tempo estiveram ativos e  quem realmente foi escutado”, acrescentou a RBB.

Foto: Moritz Hager/ Flickr

Fonte: Esquerda.net

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