Com a finalidade de facilitar a deportação, o governo da Alemanha apresentou um pacote de medidas que pretende alterar a lei de asilo vigente no país. O governo tem pressa na aprovação da nova lei no parlamento, que não deve oferecer resistência porque é de ampla maioria governista.
Países como Albânia, Kosovo e Montenegro passam a ser considerados seguros, o que acelera a deportação de requerentes desses países. E a integração de refugiados bem qualificados ao mercado de trabalho é facilitada, configurando a Alemanha como mais um país que favorece a fuga de cérebros de nações menos desenvolvidas.
As mudanças, que devem vigorar a partir de novembro, pretendem acelerar a análise dos pedidos de asilo e também a deportação dos requerentes que tiverem seu pedido negado. Elas também desestimulam pessoas a pedir asilo na Alemanha, já que as regras para o pagamento de ajuda financeira se tornam mais rígidas, e o período que uma pessoa pode ficar num abrigo passa a ser maior. Por fim, a burocracia para a construção de novos abrigos para refugiados será simplificada.
“Países seguros”
O projeto prevê que três países dos Bálcãs – Albânia, Kosovo e Montenegro – sejam considerados “países de origem seguros”, o que torna mais rápida a análise dos pedidos de asilo de pessoas oriundas desses países. Pessoas que vêm de países considerados seguros têm poucas chances de conseguir asilo na Alemanha e são logo enviadas de volta para casa.
Pelas novas regras, o tempo máximo que um requerente de asilo pode ficar numa unidade de acolhimento passa de três para seis meses. Caso o requerente venha de um país classificado como seguro, ele permanecerá no local até o final da análise do seu pedido, mesmo que esse tempo ultrapasse os seis meses.
Os requerentes de asilo não receberão mais ajuda financeira durante o período em que estiverem nos abrigos. Sempre que possível, o dinheiro será substituído por serviços e fornecimento de itens de primeira necessidade. Ajudas financeiras serão pagas com no máximo um mês de adiantamento.
Um requerente que teve seu pedido negado e não deixou o país no prazo estabelecido terá parte dos serviços cortada. A deportação não será mais comunicada com antecedência, para evitar fugas.
Requerentes com uma boa perspectiva de permanecer na Alemanha deverão ser rapidamente integrados à sociedade e ao mercado de trabalho. Eles poderão, por exemplo, participar desde cedo dos cursos de integração. Se qualificados, podem ter acesso ao mercado de trabalho dentro de três meses. Se não qualificados, após 15 meses.
Requerentes que forem médicos poderão obter permissão para ajudar no atendimento médico a refugiados que aguardam a análise de seus pedidos nos abrigos.
Fonte: Portal Vermelho, com informações da Deutsche Welle