Só nesta semana, três eventos que já haviam sido programados pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil foram suspensos por censura. Além das peças que seriam apresentadas no CCBB, a Caixa Cultural do Rio de Janeiro também cancelou o patrocínio a dois projetos que já tinham sido aprovados em edital. Em comum, esses eventos abordariam assuntos que desagradam bolsonaristas, incluindo temáticas LGBT e críticas à ditadura.
Um dos projetos censurados na Caixa Cultural foi a mostra da cineasta Dorothy Arzner, que discutiria temas feministas e homossexualidade. Ainda, às vésperas da abertura, no último sábado (28), um ciclo de palestras sobre democracia, história, ciência e ambiente também foi cancelado.
Produtores do evento Aventuras do Pensamento, responsáveis pelas palestras, receberam na quinta (26) um email comunicando o cancelamento. A justificativa foi a de que os organizadores mudaram títulos de palestras sem aviso prévio antes de assinarem o contrato. A assessoria da Caixa disse que as razões para a decisão foram unicamente técnicas.
Em nota, a Caixa ainda informou que o projeto original “foi alterado pelo proponente, demandando nova etapa de análise pela patrocinadora”. “Nos termos da sistemática de seleção de projetos vigentes, aplicável a todos os concorrentes, não havia tempo hábil para nova avaliação prévia para subsidiar a contratação.”
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CCBB
No Rio de Janeiro, nesta semana, também houve o cancelamento de sessões de “Caranguejo Overdrive”, peça já programada pelo Centro Cultural Banco do Brasil, segundo os produtores.
O caso se junto a uma série de outros episódios de censura nas artes promovidos este ano. Segundo o Observatório da Censura à Arte, já foram mais de 15 casos apenas no segundo semestre de 2019.