Por Altamiro Borges.
Em apenas dois anos de mandato, o deputado bolsonarista Gustavo Gayer (PL-GO) ficou famoso por suas baixarias na Câmara Federal e por espalhar fake news nas redes digitais. Várias vezes ele já foi ameaçado de ser punido pelo Conselho de Ética, mas sempre saiu ileso. Agora, porém, o provocador finalmente pode se dar mal. Na semana passada, o presidente do Senado, o centrista Davi Alcolumbre, anunciou que pedirá sua cassação e que também o acionará na Justiça comum, nas esferas cível e criminal.
A bronca do cacique do União Brasil do Amapá se deu após postagens asquerosas do fascista, que insultou de forma grosseira a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann. Após referência inapropriada do presidente Lula à beleza da nova ministra do SRI, Gustavo Gayer postou no X uma mensagem machista e criminosa: “É impressão minha ou Lula ofereceu a Gleisi Hoffmann como o cafetão oferece uma GP [garota de programa] em negociação entre gangues”.
Em outra postagem, ele baixou ainda mais o nível e envolveu o deputado Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara Federal e companheiro de Gleisi Hoffmann, e o presidente do Senado. “Me veio a imagem de Gleisi, Lindbergh e Davi Alcolumbre fazendo um trisal. Que pesadelo”, obrou. Diante da repercussão negativa e temendo punições, ele logo se acovardou, procurando o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e enviando um áudio ao presidente do Senado.
Covardão recua, mas não convence
“Caso Alcolumbre tenha se sentido ofendido, quero deixar bem claro que minhas críticas não se referiam a ele, mas sim ao Chefe do Poder Executivo”, choramingou o covarde. A desculpa cínica, porém, não convenceu ninguém. Até entre seus comparsas do PL há quem avalie que agora ele exagerou na dose e pode perder seu mandato. Esse não é o primeiro caso em que Gustavo Gayer enfrenta ações em razão de suas baixarias, mas agora a sua situação parece mais periclitante.
Como relembra a Folha, “em outubro passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para tornar Gayer réu por difamação, calúnia e injúria. Na ocasião, ele insinuou que senadores haviam sido ‘comprados” para votar no então presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e chamou parlamentares de ‘vagabundos’. Naquele mesmo mês, ele foi alvo de busca e apreensão em uma operação da Polícia Federal sobre desvio de cota parlamentar… Nesta mesma operação, a PF apreendeu R$ 72 mil em dinheiro vivo em posse de um assessor do deputado”.
“Você é um covarde, um canalha”
Já a jornalista Mônica Bergamo registrou que “internautas resgataram nas redes um vídeo, publicado originalmente em 2023, em que a deputada federal Silvye Alves (União-GO) faz uma série de acusações contra o seu colega na Câmara Gustavo Gayer (PL-GO). No vídeo, ela diz que Gayer teria dirigido alcoolizado e causado um acidente que resultou na morte de duas pessoas e deixado uma terceira paralítica. Ele nega. O conteúdo foi recuperado nesta quinta-feira (13) após o deputado realizar comentários de cunho machista contra Gleisi Hoffmann (PT)”.
No vídeo citado, Silvye Alves detonou Gustavo Gayer: “Você é um covarde, um canalha. Você não tem escrúpulos. Você matou duas pessoas bêbado. Deixou uma terceira paralítica e sequer prestou assistência. E cinco meses depois, você invadiu com um carro, bêbado novamente, um ponto de ônibus, que graças a Deus não tinha ninguém”.
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