Por Pedro Marin.*
O Governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, anunciou na tarde desta sexta-feira que suspenderia o plano de “reorganização” das escolas, e disse, durante coletiva de imprensa, que o projeto não ocorrerá em 2016. “O ano de 2016 será o ano de aprofundar esse diálogo – os alunos continuam nas escolas em que já estudam, e nós começaremos a aprofundar esse diálogo, escola por escola, especialmente com estudantes e pais”, disse Alckmin.
A decisão de suspender a “reorganização” ocorre depois do instituto de pesquisas Datafolha divulgar que a taxa de popularidade de Geraldo Alckmin (PSDB) atingiu sua pior marca e do juiz Iberê de Castro Dias, da Vara da Infância Protetiva e Cível de Guarulhos, concedeu liminar suspendendo a reestruturação escola na cidade, atendendo pedido do Ministério Público de São Paulo.
Durante a coletiva de imprensa, no entanto, o Governador insistiu nos “benefícios” do plano de reorganização, e disse que foi fruto de muitos estudos. Por fim, apesar das ocupações e manifestações dos estudantes contra a reorganização terem sido marcadas por inúmeros casos de repressão violenta por parte da polícia, Alckmin citou uma mensagem atribuída ao Papa Francisco: “Sempre que perguntado sobre a indiferença egoísta e o protesto violento, há uma opção sempre possível: o diálogo.”
Representantes de todas as ocupações se reunirão nessa sexta no bairro de Sumaré, às 14h, de onde devem sair com uma decisão final em relação à continuidade das ocupações. O Comando das Escolas Ocupadas, no entanto, já divulgou em sua página do Facebook que não recuarão até que o Governador cancele completamente a reorganização: “Depois de tanta repressão ele faz isso, mas a nossa luta continua. Não queremos suspensão, queremos que ele cancele a reorganização. A proposta de suspender nada mais é do que adiar para o ano que vem. Chega de precarizar nossa educação.”
*Revista Ópera.
Fonte: Revista Ópera.