O presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, não teve condições de negar a participação do partido no governo Michel Temer, o mais impopular desde a redemocratização. A sigla ocupa o Ministério das Relações Exteriores, com o senador Aloysio Nunes (SP).
“O PSDB votou na crise grave que o país estava. Entendeu —e foi perfeitamente constitucional— o impeachment. Tendo votado o impeachment, teve responsabilidade com o novo governo. Não precisa participar, ter ministro A, B, C ou D”, afirmou o ex-governador de São Paulo e presidente nacional da legenda à Band News.
No ano passado, Alckmin não atuou publicamente em favor de Temer nas duas vezes em que o emedebista foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República. Ao comentar sobre a votação da aceitação da denúncia pela Câmara, o tucano afirmou que defende uma mudança da legislação para que o Legislativo não tenha de votar pela continuidade de inquéritos contra o presidente da República, assim como acontece com governos estaduais e municipais. Por outro lado, o chefe do Executivo não precisaria mais ser afastado em caso de denúncia pelo Ministério Público.
“Defendo que não precisa ter autorização e afastamento. Afasta se for condenado. Se tiver maioria, durante dois anos não vai ter investigação nenhuma. Do outro lado, não tem sentido afastar seis meses, às vezes por denúncia que se comprova que não era verídica”, acrescentou.