Por Pedro Rafael Vilela. A presidenta Dilma Rousseff (PT) declarou, essa semana, que deve bloquear cerca de R$ 70 bilhões do orçamento público em 2015 para cumprir a meta fiscal, que é economizar 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para pagar juros da dívida pública. O corte vai atingir programas de habitação, educação e de investimento público.
Em artigo recente, o professor do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), João Sicsú, critica o ajuste fiscal do governo e aponta um cenário pior no futuro. “Ajustes fiscais, ou planos de austeridade, nunca deram certo. Reduzem a renda dos mais necessitados, enfraquecem o comércio e diminuem a arrecadação tributária. O corte de gastos, por debilitar a economia, gera desemprego, queda da arrecadação e manutenção ou ampliação do desequilíbrio fiscal”, afirma.
Nessa lógica, o que o governo quer economizar tirando dos trabalhadores, ele dá as camadas mais privilegiadas da sociedade. Sicsú diz que o aumento dos juros aumenta também os juros da dívida pública. Ele defende imposto sobre grandes fortunas e sobre transações das multinacionais, que lucram bilhões no país. “É preciso fazer os ricos, os milionários e o sistema financeiro contribuírem com a retomada da trajetória do crescimento e do desenvolvimento”, propõe.
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