Paris, 16 set (Prensa Latina) A companhia aérea francesa Air France prepara hoje um novo projeto de reestruturação de pessoal que prevê a eliminação adicional de cerca de três mil empregos em todas suas estruturas.
O número exato da redução de postos de trabalho será divulgado nos primeiros dias de outubro e se somam às cinco mil demissões planejadas para os próximos três anos com o objetivo de reduzir custos de operação.
Frédéric Gagey, diretor geral da firma desde julho passado, apresentará o programa chamado “Transform 2” durante uma reunião com líderes sindicais nesta quarta-feira.
A empresa, da qual o Estado é proprietário de uma parte, pretende eliminar a maior parte de postos pelo método de “retiradas voluntárias”, que consiste em oferecer estímulos econômicos aos trabalhadores para tratar de convencê-los de apresentar sua renúncia. O plano contempla também o abandono paulatino dos aviões da firma estadunidense Boeing, mais caros que os da empresa europeia Airbus.
Segundo os diretores, a eliminação de postos de trabalho e outras medidas, como a reordenação dos serviços, permitirá que até 2015 haja uma redução de dois bilhões de euros da dívida da companhia, estimada em 6,5 bilhões.
Os sindicatos, no entanto, denunciaram que a companhia pretende jogar sobre os trabalhadores o custo da crise, enquanto que os proprietários mantêm seus lucros intactos.
Outras grandes empresas francesas levam a cabo projetos semelhantes, entre elas o consórcio automobilístico PSA Peugeot Citroen, que acabará com cerca de oito mil empregos e prevê fechar a fábrica em Aulnay-sous-Bois, nos arredores desta capital.
O desemprego cresce neste país há mais de 25 meses consecutivos e atualmente afeta ao redor de três milhões 280 mil pessoas em idade economicamente ativa.
Até agora o presidente François Hollande insiste em sua promessa de inverter a curva do desemprego antes de fim de ano, mas a situação do país indica o contrário.
Recentemente o ministro de Economia, Pierre Moscovici, reiterou que em 2013 o Produto Interno Bruto terá um crescimento de apenas 0,1%, muito abaixo do necessário para começar a gerar novos empregos.
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