Reich responde aos céticos acerca da candidatura de Bernie Sanders. Ele apresenta as pesquisas eleitorais mais recentes da Real Clear Politics e desfaz alguns mitos sobre uma possível vitória do senador de Vermont. O economista político debate sobre as perspectivas de governabilidade, no caso de uma vitória, e mostra como Sanders enfrentaria as regalias do capital financeiro, universalizando um sistema de saúde único e promovendo um movimento pelo ensino superior gratuito nos EUA.
O economista americano Robert Reich, professor da Universidade da Califórnia, foi secretário de Trabalho no governo de Bill Clinton, escreveu 14 livros, edita revistas, tem programas de rádio e televisão. É um dos intelectuais mais prestigiados e conhecidos dos EUA. Suas conferências lotam auditórios universitários e de trabalhadores. Reich fez um documentário de sucesso (‘Desigualdade para todos’) sobre a nova etapa do capitalismo, essa que soterrou as ilusões de ascensão social da classe média numa espiral descendente de empregos precários e dívidas robustas. Um de seus livros mais recentes, ‘Supercapitalismo’ mapeia, como diz Ladislau Dowbor, em resenha, ‘o vale-tudo econômico e financeiro que se instalou no quadro do que temos chamado de globalização (…) O mecanismo de mercado, que sobrevivia nos “Anos não tão dourados” mediante acordos relativamente equilibrados entre empresas, Estado e sindicatos, alimentando uma ampla classe média, já não nos protege. Wal-Mart (e outros tantos) esmagam os produtores ao usar o seu poder para reduzir os preços na origem, e navegam na satisfação dos compradores e dos acionistas. Os jornais louvam. Os consumidores se lambuzam. Gera-se uma classe de rentistas prósperos e a correspondente concentração de renda. O meio-ambiente sofre e o consumismo leva a impasses planetários. O espaço político local de regulação desaparece’. Atualmente, Robert Reich é um dos mais empenhados integrantes do pelotão de intelectuais que impulsiona a campanha de Bernie Sanders para transformá-lo no candidato dos democratas que não acreditam na capacidade do mercado para corrigir esse mundo de pernas para o ar. Neste vídeo, um pouco do seu trabalho de convencimento.