O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem a público denunciar a utilização irresponsável com pulverização de veneno contra as famílias do acampamento Quintino Lira, em Santa Luzia, nordeste paraense.
As famílias denunciam que nos últimos dias estão sofrendo com a intoxicação devido ao uso indiscriminado dos agrotóxicos em fazendas na região. Aviões são usados para jogar agrotóxicos que estão atingindo as plantações e moradias.
“Nossas roças, mulheres grávidas, crianças e nossos idosos são os mais afetados. Há vários relatos de dores no corpo, falta de ar, forte dor de cabeça, ardência nos olhos e enjoos ocasionados pela inalação dos agrotóxicos”, denunciam as famílias.
Com o uso dos químicos utilizados, a situação atinge também comunidades vizinhas ao acampamento. Toda uma região está afetada. O manuseio de agrotóxicos está contaminando o meio ambiente, os alimentos e a água consumida pelos moradores da região.
O manuseio de agrotóxicos está contaminando o meio ambiente, os alimentos e a água consumida pelos moradores da região. Fotos: MST/PA.
O modelo imposto pelo agronegócio em nossa região mata nossa gente, nossa agrobiodiversidade. O governo estadual e a Assembleia Legislativa devem proibir a pulverização aérea (feita pela aviação agrícola) de agrotóxicos no Pará.
Vivemos uma pandemia da Covid-19 e esta situação é mais um problema de saúde pública! Além de ser um crime contra o meio ambiente e destruição da natureza. A Secretaria de Meio Ambiente e da Saúde do município de Santa Luzia já foram acionadas.
Queremos que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e os órgãos públicos tomem as devidas providências. Contra os crimes do latifúndio e do agronegócio não iremos nos calar diante das atrocidades ocorridas.
Queremos soluções urgentes!
Lutar, Construir Reforma Agrária Popular!
Belém, janeiro de 2021.
Coordenação Estadual do MST Pará
*Editado por Fernanda Alcântara.