Centenas de tratores e milhares de pessoas bloquearam neste domingo (09/02) uma das principais estradas da Grécia em protesto pela reforma tributária do setor agrícola que o Governo do conservador Antonis Samaras prepara.
Durante quase duas horas, os agricultores helenos bloquearam a via que liga Atenas e Salônica, as duas principais cidades do país, onde se concentraram os manifestantes chegados de várias partes do país.
A presença policial foi grande, embora não houve distúrbios como os ocorridos em bloqueios de dias anteriores. Já no sábado (08/02), os agricultores gregos tinham estabelecido 23 bloqueios noticiados em diferentes estradas do país.
Os produtores agropecuários protestam contra os elevados impostos e concretamente contra o aumento do IVA, que eleva seus custos de produção enquanto se veem obrigados a vender seus produtos a preços mais baixos devido à crise que castiga a Grécia há seis anos.
Os sindicatos agrícolas exigem das autoridades medidas para reduzir os custos de produção, como a compra de petróleo livre de impostos e a eletricidade a menor preço durante a noite, assim como planos de impulso à pecuária e melhores condições nos créditos bancários.
Apesar de o governo suavizar algumas das medidas que prepara, os sindicatos não se dão por satisfeitos e anunciaram a continuação dos protestos e os bloqueios de estradas.
Na segunda-feira (10/02), está previsto que representantes sindicais agrícolas se reúnam com dirigentes de vários partidos políticos e espera-se uma reunião com o ministro das Finanças, Yannis Sturnaras.
Por outro lado, em Kavala, no norte da Grécia, cerca de 2.500 agricultores se manifestaram contra a desapropriação de terras de cultivo para a construção do gasoduto TAP, que conectará a fronteira turco-helena com o sul da Itália através da Grécia, Albânia e os mar Adriático.
Os protestos agrários são um desafio para o partido do primeiro-ministro, Nova Democracia, cujo celeiro de votos se encontra especialmente no mundo rural.
Por outro lado, o Governo é obrigado por seus compromissos com a troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) a aumentar a pressão impositiva aos agricultores, até agora muito baixa.
Fonte: Ópera Mundi.