O fim do bloqueio israelense à Faixa de Gaza não está entre os termos do acordo de cessar-fogo estabelecido nesta quarta-feira (21/11) entre o governo israelense e autoridades palestinas, segundo informações do jornal britânico Guardian.
De acordo com o pacto negociado com a mediação do Egito e dos Estados Unidos, Israel aceitou a obrigação de encerrar incursões e ataques no território palestino, mas não de finalizar outras iniciativas na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. Em contrapartida, grupos de resistência armada palestinos também devem parar de lançar projéteis em direção a Israel e de realizar ataques nas fronteiras.
A proposta inicial do Hamas incluía a revogação do bloqueio israelense sobre o território palestino, que prejudica a vida cotidiana dos residentes há mais de cinco anos. Forças israelenses controlam as entradas aéreas, terrestres e marítimas da Faixa de Gaza, impedindo a entrada de diversos produtos.
Entre as principais preocupações de Israel está o medo de que os grupos de resistência armada possam “voltar a se armar”. Apesar disso, as restrições impostas aos moradores da Faixa de Gaza incluem outros itens que não militares, como alimentos, vestimentas, utensílios de cozinha e materiais de construção.
Por conta do bloqueio, cerca de 75% dos edifícios do território palestino danificados na investida militar israelense de 2009 ainda não foram reconstruídos, afirmou uma pesquisa das Nações Unidas de setembro deste ano.
Apesar disso, o acordo, citado pela AFP, acrescenta que o governo israelense concordou em “abrir as fronteiras e facilitar a circulação de pessoas e de transferência de bens e se abster de restringir os movimentos de moradores de áreas de fronteira”. Os termos de implementação destas mudanças devem ser discutidos entre as partes nas próximas 24 horas, segundo o texto.
Foto: EFE/Maior parte dos edifícios danificados em ataque israelense na Faixa de Gaza em 2009 ainda não foi reconstruído devido a bloqueio.
Fonte: Ópera Mundi.