“Aconteceu nos EUA: o estado policial existe”

Por Paul Craig Roberts.

A imprensa norte-americana virou uma neo Leni Riefenstahl. Hollywood virou neo Leni Reifenstahl, com o filme “A hora mais escura”, (orig. Zero Dark Thirty) desavergonhada propaganda islamófoba. Esse filme-propaganda comete crime de ódio. Ensina islamofobia.
Não há dúvidas de que é dificílimo encontrar hoje, nos quadros da Procuradoria Federal, Procuradores que, como Jackson escreveu, “temperam o zelo condenatório com grandeza humana; que procuram a verdade, sem querer fazer vítimas; que servem à lei e não a objetivos de facções; e que abordam com humildade o próprio trabalho”.

A resposta do governo Bush ao 11/9 e a validação, pelo governo Obama, daquela resposta destruíram o governo transparentemente democrático que houve nos EUA. Tanto poder sem qualquer supervisão concentrou-se no Executivo, que a Constituição dos EUA já não é documento operante.

Acredite alguém na história oficial do 11/0, ou conheça todas as provas já distribuídas por grande número de cientistas, testemunhas oculares e engenheiros de estrutura e arquitetos, dá sempre na mesma. O 11/9 foi usado para criar uma interminável “guerra ao terror” e o correspondente estado policial. É espantoso que tantos norte-americanos acreditem que “não acontecerá aqui”, se já aconteceu.

Vivemos uma década de provas completamente visíveis de que estava em construção um estado policial: o Patriot Act, autorização ilegal para que os cidadãos norte-americanos sejam espionados e que viola o Foreign Intelligence Surveillance Act; a prática de crimes de guerra de agressão, baseadas em mentiras deliberadas; o Departamento de Justiça a fazer leis à sua moda, “memorandos” para justificar que o Executivo viole leis nacionais e internacionais contra a tortura; detenção indefinida de cidadãos norte-americanos, o que viola direitos que a Constituição protege(ria) ao habeas corpus e ao devido processo legal; uso de “provas secretas” e “testemunhos secretos” de especialistas que não são apresentados para que a defesa dos acusados tome conhecimento deles; tribunais militares inventados para fugir de julgamentos legais; “memorandos” secretos que autoriza(riam) o presidente a ordenar ciberataques preventivos contra qualquer país, sem ter de oferecer provas de que de lá pode(ria) advir alguma ameaça contra os EUA; e o governo Obama, que já se pôs a assassinar cidadãos norte-americanos sem qualquer prova de crime, sem julgamento, sem defesa, sem o devido processo legal.

E, como se não bastasse tudo isso, o governo Obama dá-se agora novos poderes presidenciais para escrever leis secretas e dá-se o direito de não explicar onde – nem se – haveria algum fundamento legal para arrogar-se poderes que nenhum presidente dos EUA jamais teve. Em outras palavras: qualquer papel escrito em segredo pelo Executivo faz lei, hoje, nos EUA. O Congresso nem é informado. Congresso? E quem precisa de Congresso?!

Apesar de haver leis que protegem os vazadores [orig. whistleblowers] e apesar de haver imprensa e apesar do haver Código Militar que obriga os soldados a reportar crimes de guerra de que tenham conhecimento, vazadores, como John Kiriakou, agente da CIA; jornalistas, como Julian Assange; e soldados, como Bradley Manning, são perseguidos e processados por revelar crimes praticados pelo governo dos EUA. Os criminosos ganham plena liberdade. Os que informam sobre aqueles crimes vão para a cadeia.

Fonte: Rede Castor.

Tradução: Vila Vudu

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