Acirrada luta de classes na Venezuela

Por Elaine Tavares.

A direita venezuelana marcou o dia primeiro de setembro como o “Dia da Toma de Caracas”, e convocou a população para às ruas. O ato, promovido pela oposição foi grande. Segundo os jornais de Caracas, foram mais de um milhão de pessoas. A chamada feita pela televisão comercial e pelos jornais seguiu o mesmo modelo das chamadas vividas aqui, no Brasil, para a o impedimento de Dilma Roussef. Entradas ao vivo, cobertura massiva, espaço gigantesco para a s vozes da oposição. 

As acusações são as mesmas de sempre: Maduro é ditador, governo é responsável pelo desabastecimento, as prisões dos criminosos são “prisões políticas”, a corrupção no governo é gigantesca, e por aí vai. Titrando a língua que é diferente, os demais argumentos se parecem muito com os que vimos em todos os demais países da América Latina, nos quais a direita lutou para derrubar as propostas mais progressistas. 

Montada todo o cenários de “guerra”, e disparadas todas as balas ideológicas através dos meios de comunicação de massa, não é de surpreender que a manifestação dos “esquálidos” tenha sido bastante expressiva. É fato que eles conseguiram levar para às ruas uma boa fração da classe média, que, como sempre, na hora do aperto pende para a direita e também outra fatia de trabalhadores, cansados de enfrentar a desgastante e opressiva guerra econômica que gera desabastecimento, filas e estresse.

Por outro lado, enquanto a direita organizava a caminhada pela “democracia”, os militantes bolivarianos também se manifestam numa também gigante mobilização na Avenida Bolívar, uma das maiores de Caracas. Lá, no apoio às conquistas da revolução bolivariana estava o povo mais empobrecido, os trabalhadores organizados, os que, desde o começo do governo Chávez decidiram participar ativamente da vida política.  

Nos jornais da capital da Venezuela hoje de manhã a manifestação destacada, é óbvio, foi a da direita, com centenas de fotos, vídeos e todas as falas possíveis de políticos, lideranças e população. Destacam-se os bem nutridos, os brancos, os bem-vestidos, aqueles que não aceitam entregar a Venezuela para uma proposta generosa de vida, na qual as gentes participam e atuam na construção do país. À isso chamam “ditadura”. Querem que volte a “democracia”, que no dicionário deles é a forma de governo na qual uma minoria enriquecida manda e enche ainda mais os bolsos. Nada de povo no poder, nada de participação, nada de gastos sociais.

Por isso são os mais empobrecidos os que resistem e os que se manifestaram nesse dia primeiro de setemrbo, não apenas em Caracas, mas em todo o país. E esses não tiveram a cobertura da imprensa, que esconde a onda vermelha e dá destaque para a azul.

O massacre midiático cotidiano contra a democracia bolivariana é digno de estudo e, de fato, impressiona que ainda não tenham conseguido seu intento de derrubar Maduro e destruir todos os ganhos sociais do processo iniciado por Hugo Chávez. 

Talvez a resisitência venha do fato de que a maioria da população ainda tenha memória de como era antes do bolivarianismo, do quanto viviam a fome, o abandono e falta de perspectiva. Também é importante lembrar que houve um investimento muito grande na comunicação comunitária e popular, o que permite o combate contra a ideologia – o mascaramento da verdade  – da direita.

Mas, é claro, os meios comerciais ainda dominam o imaginário social, produzindo mais-valia ideológica sistematicamente. Uma batalha que segue.

Foto: Reprodução/IELA

Fonte: IELA

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.