Acidente com avião de ataque revela que a FAB se prepara para intervenção na Venezuela

Aeronave usada pela FAB, no detalhe, os destroços do avião que caiu no RS (Reprodução)

Por Evilazio Gonzaga.

Um caça de ataque AMX A-1B da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu em uma área rural de Viamão, Rio Grande do Sul, Região Metropolitana de Porto Alegre, nesta sexta-feira (5). Os dois tripulantes conseguiram se ejetar do avião e sobreviveram.

O acidente indica que as Forças Armadas Brasileiras se preparam para uma guerra contra a Venezuela; embora no discurso oficial as Forças Armadas mantenham uma posição contrária à participação brasileira no caso de uma intervenção militar.

O aparelho participava de uma grande operação de treinamento com grande parte do efetivo da FAB, envolvendo inclusive as unidades que operam nas bases próximas à fronteira com a Venezuela, como o esquadrão de Manaus.

A missão de treinamento inclui aeronaves radar de alerta antecipado E-99; caças supersônicos de superioridade aérea F-5M; aviões de ataque A1, como o que foi perdido no acidente; aparelhos de reconhecimento R-35, capazes de monitorar o solo mesmo abaixo da densa cobertura da selva; reabastecedores aéreos de combustível KC-130; e helicópteros H-36 Caracal, especializados em missões de busca e salvamento de tripulações de aeroplanos abatidos em território inimigo.

A operação é focada em missões de combate além do alcance visual, com o objetivo de treinar pilotos, controladores e equipes de solo para executarem ações em uma guerra de alta intensidade. Além da Venezuela, não há nenhum outro cenário onde operações nessa envergadura sejam previsíveis na América do Sul.

Pelo perfil do treinamento e pelas unidades envolvidas, a FAB não está treinando para combater a Argentina, como é tradição na força, ou, mesmo, qualquer outro vizinho do Brasil, cujas forças aéreas são mais fracas, ou desequilibradas, como é o caso do Peru – que possui Migs velhos, com graves problemas de manutenção e praticamente nenhum sistema de radar preparado para a guerra cibernética moderna.

A preparação é para o combate BVR, ou além do campo visual. As únicas aeronáuticas que possuem capacidade BVR na América do Sul são o Chile e a Venezuela. O Brasil sabidamente não tem nenhum contencioso com o Chile, que poderia levar a força aérea do país a realizar treinamentos tão intensos, que resultou na perda de um aparelho relativamente moderno.

O alvo, sem dúvida é a Venezuela, que possui o mais poderoso sistema de defesa aérea da América Latina. A defesa aérea bolivariana é composta por três vetores principais: uma frota de 24 caças Sukhoi Su-30MK2 russos, superiores a qualquer outro aparelho da região e capazes de enfrentar até mesmo os mais modernos aviões dos Estados Unidos, quando comandados por pilotos experientes; mísseis antiaéreos de longo alcance S-300, também provenientes da Rússia; e sistemas de radares JL-11 e JY-11B, vindos da China, que são os mais modernos, poderosos e eficazes equipamentos do tipo em toda a América Latina.

É um osso duro de roer. Porém, a estratégia de ataque à Venezuela certamente está associada aos tradicionais ataques aéreos dos Estados Unidos, que nos tempos modernos substituíram a antiga política das canhoneiras, com as quais as grandes potencias, especialmente a Grã-Bretanha ameaçavam países desafetos.

Nessa hipótese provável, as diversas formações aéreas estadunidenses (USAF, Marinha e Fuzileiros) devem atacar pelo Norte, atraindo, dessa forma, a atenção da maior parte das forças bolivarianas.

O papel da FAB será secundário, tendo a função de distrair a defesa venezuelana, atraindo parte das forças bolivarianas para a ameaça no sul do país.

Para esta missão limitada – e tendo o grosso do poderio venezuelano sendo obrigado a se ocupar do ataque muito mais poderoso, desfechado pelos Estados Unidos – a Força Aérea Brasileira poderá incomodar a defesa bolivariana.

Como tudo em Brasília hoje é nebuloso e os fake news produzidos pelo governo se tornaram o novo normal, não é possível saber se há uma decisão, ainda oculta, de participar de uma intervenção militar na Venezuela. Porém, é possível afirmar que o perfil do intenso treinamento da FAB, no Rio Grande do Sul, tem o objetivo preparar a força para uma intervenção exatamente na Venezuela.

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