Movimentos que integram o Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia entraram em um acordo com Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba, a Superintendência da Defesa Social e Procuradoria Geral do Município sobre o acampamento Lula Livre em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no entorno da Superintendência da Polícia Federal (PF), no bairro Santa Cândida em Curitiba (PR).
Ficou decidido que será mantida a vigília permanente no local até que o ex-presidente Lula, que está na condição de preso político, seja libertado. O acampamento foi montado no dia 7 de abril.
Serão mantidas quatro tendas, banheiros e o espaço onde acontecem as atividades artísticas e culturais, segundo a programação diária, incluindo o “Bom Dia Lula” e o “Boa Noite Lula”.
A prefeitura tinha proposto a transferência do acampamento para o Parque Atuba, localizado a um pouco mais de três quilômetros da área atual. No entanto, a proposta foi rejeitada em assembleia.
A cozinha do acampamento e as barracas onde os manifestantes dormem serão transferidas para terrenos próximos ao local da vigília, segundo disse o senador Lindbergh Farias.
A decisão de permanecer em vigília foi tomada nesta segunda-feira (16), após um acordo a entre Secretaria Municipal de Defesa Social e Trânsito de Curitiba; a Superintendência da Defesa Social; a Procuradoria Geral do Município e o Movimento do os Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o Partido dos Trabalhadores (PT).
Em nota, as entidades que organizam o acampamento informaram que irão manter quatro tendas no local para “assegurar o direito ao uso do espaço para a manifestação política”.
“Reafirmamos que permanecemos em luta não só em Curitiba, mas em todos os estados onde se realizam acampamentos, atos e mobilizações pela liberdade de Lula”, afirmam. Acampamentos similares ao de Curitiba também foram montados no Ceará e no Distrito Federal.
Com a decisão, a multa diária de R$ 500 mil fixada aos movimentos será suspensa. O valor foi fixado pelo juiz substituto da 3ª Vara da Fazenda Pública, Jailton Juan Carlos Tontini na última sexta-feira (13). Ele alega que o valor estipulado justifica-se “diante do elevado número de pessoas existentes na área e com o intuito de dissuadir os réus”.
Histórico
As tentativas para que os militantes deixassem a área começaram desde o dia da montagem do acampamento, no dia 7 de abril, quando as polícias Militar e Federal atacaram e reprimiram os manifestantes. Já no dia seguinte, a Justiça do Paraná expediu um interdito proibitório das manifestações no local, pedindo a retirada dos manifestantes no local.
Desde o início do acampamento, no bairro de Santa Cândida, mais de 7 mil pessoas passaram pelo local. A vigília recebeu visita de deputados, senadores e de sete governadores, além de personalidades como a cantora Ana Cañas, a apresentadora Bela Gil e o cantor Flávio Renegado.
Moradores do bairro também se solidarizaram com o acampamento, fornecendo mantimentos e estrutura para os militantes.
Na nota publicada pelo Comitê Popular em Defesa de Lula e da Democracia, as organizações agradeceram ao apoio da vizinhança. “Aprendemos com vocês, na imensa solidariedade e entrega que esse momento da História nos colocou. Pedimos desculpas por qualquer contratempo”, diz o texto.
Edição: Juca Guimarães